Os chanceleres dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ratificaram decisão do Conselho de Finanças de formular um plano de ação para enfrentar a crise financeira internacional. Em reunião extraordinária realizada em Buenos Aires, nesta quarta-feira (24), os chanceleres aprovaram a constituição de três grupos de trabalho para analisar medidas concretas, que serão entregues até o dia 12 de outubro.

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Segundo a chanceler da Guiana, Carolyne Rodrígues Birkett, presidente pro tempore do organismo, os grupos técnicos vão avaliar todas as questões relacionadas com a crise internacional com o objetivo de "garantir nossas economias não só no curto, mas no longo prazo". A secretária geral da Unasul, a colombiana María Emma Mejia, detalhou que a decisão aprovada hoje já havia sido tomada pelos ministros de Economia e presidentes dos Bancos Centrais, reunidos em Buenos Aires, há pouco mais de uma semana.

"É um plano de ação para 2011 e 2012, que envolve medidas monetárias, de comércio intra-regional, de fortalecimento do Flar (Fundo Latino-americano de Reservas), e as novas instâncias para a nova arquitetura financeira regional", explicou. O vice-ministro de Economia da Argentina, Roberto Feletti, detalhou que os chanceleres aprovaram a decisão do Conselho de Finanças "de avançar na construção de um sistema multilateral de pagamentos, de maneira a, progressivamente, desdolarizar o comércio regional".

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Segundo ele, os países da região querem "acelerar a constituição do Banco do Sul e fortalecer a Corporação Andina de Fomento (CAF) para fazer frente às debilidades que se manifestam no Banco Interamericano de Desenvolvimento". Feletti disse ainda que os chanceleres ratificaram a constituição de um fundo de coordenação das reservas, mas ainda não há um consenso sobre o assunto. "Existe um debate se o caminho é o fortalecimento do Flar ou a criação de um novo fundo", disse.

Conselho Eleitoral e Líbia

No âmbito político, os ministros decidiram propor aos presidentes a criação de um Conselho Eleitoral para observar e acompanhar os processos eleitorais nos países sócios. Os chanceleres não tomaram uma posição conjunta sobre a situação da Líbia, embora o assunto tenha sido discutido durante o encontro. "Reconhecemos que é uma situação em evolução, mas não tomamos nenhuma posição conjunta a respeito", disse Mejía.

A secretária da Unasul afirmou que houve "um debate muito valioso" sobre a Líbia e que o fato de não haver uma posição no momento não implica que não poderá haver no futuro. "Quem sabe no futuro, podemos ter posição conjunta a respeito", disse ela. O encontro dos chanceleres foi realizado à margem da reunião de Ministros de Relações Exteriores do Fórum de Cooperação entre a América do Sul e Ásia do Leste (Focalal), que busca mecanismos de integração entre as duas regiões.

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