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Economistas que discordam da tese de que o Brasil está se "desindustrializando" dizem que o crescimento antes da crise ocorria acima do potencial do país, o que só era sustentável com a entrada de produtos importados para abastecer o mercado. No médio prazo, essa tendência levaria a uma desvalorização do real, equilibrando "automaticamente" o nível do câmbio.

No entanto, essa dinâmica não ocorre sem perdas. Setores com competidores internacionais muito fortes podem ser deslocados para sempre por importados, já que os recursos da economia tendem a ser direcionados às áreas mais dinâmicas. No longo prazo, o país deixaria de fazer calçados, por exemplo, para se concentrar em carnes ou automóveis. A expansão veloz dos setores de alta intensidade exportadora nos últimos anos reforça essa tese.

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