O mercado brasileiro de veículos perdeu fôlego em agosto, mas números preliminares referentes ao mês passado indicam que o setor continua próximo dos níveis de vendas pré-crise do ano passado.
Segundo dados obtidos pela Reuters junto a duas fontes do setor, os registros de vendas de novos automóveis e comerciais leves em agosto até o dia 28 mostram comercialização de 228.575 unidades, quantidade 0,7 por cento menor que a do mesmo intervalo de julho. O desempenho do último final de semana do mês ainda não estava disponível.
A associação de concessionárias Fenabrave divulga no final da terça-feira as vendas de agosto, enquanto a Anfavea, entidade que representa as montadoras, apresentará na sexta-feira dados de produção e também de vendas.
Uma fonte destacou o fato de que julho teve 23 dias úteis, contra 21 de agosto.
A outra fonte ouvida pela Reuters enfatizou que como a média diária de vendas de agosto, de 11,43 mil veículos, é 3,8 por cento maior que a do mesmo mês de 2008, na comparação anual as vendas vão apresentar crescimento.
Na semana passada, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, já havia comentado, durante encontro do setor produtor de aço, que o desempenho das vendas deste mês estava melhor que o de agosto de 2008.
Em agosto de 2008, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 196,75 mil unidades, quando começou uma acomodação após o melhor mês da história para o setor até aquele momento.
No acumulado de janeiro a agosto, as vendas seguem acima do verificado em 2008, com cerca de 1,9 milhão de automóveis e comerciais leves, considerando dados até a última sexta-feira.
Segundo estimativa da corretora AGK, em agosto foram fabricados 251,4 mil veículos, incluindo automóveis e comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 8,8 por cento inferior ao de julho, quando houve estabilidade sobre junho.
"Dessa forma, no acumulado de oito meses, teriam sido fabricados no país 1,99 milhão de veículos, montante 14,3 por cento inferior ao do ano passado", afirma a corretora em relatório.
No final de setembro, acaba o incentivo "cheio" concedido pelo governo federal para vendas de veículos por meio do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O desconto no tributo passará a ser menor a partir de outubro e, por isso, a Anfavea tem afirmado que deve haver nova antecipação de compras no próximo mês por consumidores procurando se aproveitar de preços menores.
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