Embora tenham desacelerado ao final de 2010, as vendas, sobretudo de cerveja, foram responsáveis por equilibrar o resultado trimestral da AmBev, que foi afetada por maiores custos de matérias-primas, em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Brasil.

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A fabricante de bebidas divulgou nesta quinta-feira lucro líquido consolidado de 2,586 bilhões de reais no quarto trimestre de 2010, montante 44,4% superior ao apurado em igual intervalo do ano anterior.

Nos últimos três meses de 2010, o volume de vendas total da companhia cresceu 2,1%, somando 48,038 milhões de hectolitros, impulsionado sobretudo pela alta de 3,6 por cento no Brasil e de 2,6% na América do Sul. Por outro lado, as operações no Canadá sofreram queda de 5,3% no período.

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O volume total comercializado de cerveja pelo grupo cresceu 2,3% no trimestre, enquanto o de RefrigeNanc (não-alcoólicos e não-carbonatados) aumentou 1,8%.

Com isso, a empresa contabilizou receita líquida de 7,455 bilhões de reais entre outubro e dezembro, aumento de 10% ano a ano.

Apesar do crescimento, os volumes desaceleraram em relação ao ritmo visto nos meses anteriores. No terceiro trimestre de 2010, a AmBev havia apurado salto de 12 por cento em vendas, o que levava a um volume acumulado 12,9% maior no Brasil até setembro, sendo a comercialização de cerveja responsável por uma alta de 14,1%.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 3,755 bilhões de reais entre outubro e dezembro, 24,4% maior na comparação anual. A margem Ebitda, por sua vez, cresceu de 44,5 para 50,4%.

A AmBev informou no balanço ter compensado o aumento de 5,3% no custo de produtos vendidos por hectolitro - decorrente de maiores custos de hedge de açúcar e de embalagens - com ganhos nos hedges de alumínio e malte.

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"No Brasil, o forte crescimento da indústria observado nos trimestres anteriores desacelerou principalmente devido a uma base de comparação desafiadora contra o ano anterior e a aumentos de preços. O crescimento da indústria de refrigerantes e não-alcoólicos foi menor do que nos trimestres anteriores", afirma a AmBev no balanço divulgado nesta quinta-feira.

O avanço superior a 3% no volume de vendas no Brasil no trimestre ficou em linha com as expectativas da própria companhia, mas não foi suficiente para atender com folga a projeção de crescimento anual de mais de 10%.

"Esperamos crescer mais que 3% no quarto trimestre, terminando o ano acima de 10% (de alta no volume de vendas)", disse o vice-presidente financeiro da AmBev, Nelson Jamel, no início de novembro.

No fechado de 2010, o volume de vendas no Brasil subiu exatos 10 por cento, totalizando 113,725 milhões de hectolitros. O volume de cerveja vendida no mercado brasileiro cresceu 10,7 por cento em 2010, enquanto o de não alcoólicos subiu 7,9 por cento.

"Este ano iniciou com uma indústria mais lenta no Brasil impactada por chuvas fortes e pelos aumentos de preços do final de 2010, que devem trazer uma desaceleração no crescimento dos volumes particularmente no primeiro trimestre (de 2011)", afirma a empresa no demonstrativo de resultados.

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Em todo o ano passado, o ganho líquido da AmBev foi de 7,56 bilhões de reais, expansão de 26,3 por cento sobre 2009.

A geração de caixa operacional medida pelo Ebitda ficou em 11,6 bilhões de reais no fechado de 2010, 9,8 por cento acima do visto um ano antes, com margem de 45,9 por cento.

A AmBev informou ainda que prevê investimentos de até 2,5 bilhões de reais no Brasil em 2011, voltados à expansão da capacidade de produção. Em 2010, a companhia investiu um recorde de 2,3 bilhões de reais, segundo dados do balanço.

O investimento, segundo a AmBev, será destinado à construção de novas fábricas e centros de distribuição, ampliação de unidades já existentes e melhorias operacionais.

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