As vendas acumuladas do setor supermercadista do país cresceram 8,98% em 2008 em relação a ano anterior, segundo Índice Nacional de Vendas divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em valores nominais, as vendas cresceram 15,18% em 2008, na comparação com 2007.
No mês de dezembro, a variação nominal foi de 12,33% em comparação ao mesmo mês de 2007 e de 27,48% em relação ao mês anterior. Os índices foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparada a novembro de 2007 e ao mês anterior, em novembro a variação nominal foi de, respectivamente, 17,82% e 1,21%.
"Isso foi reflexo do aumento de renda da população brasileira durante a maior parte do ano que passou. Trata-se de um fator extremamente positivo, já que significa que o brasileiro levou para casa produtos que antes não tinha condições de comprar", afirma Sussumu Honda, presidente da Abras. "Em 2008, o impacto da crise não foi tão forte no nosso setor. Entretanto, esse cenário tende a ser diferente em 2009, principalmente se houver aumento do desemprego", completa.
O dado do ano inteiro segue a expansão de 5,92% apurada em 2007. Também ficou próximo da estimativa da Abras de alta de 9% a 10%. No entanto, dezembro já apresentou uma redução no ritmo de crescimento das vendas.
Produtos
Em dezembro, o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK Indicator, apresentou alta nominal de 0,48% em dezembro em relação ao mês anterior. Em valor real, deflacionado pelo IPCA do IBGE, o índice apresentou leve alta de 0,20%, também em comparação a novembro de 2008.
Comfrontando com dezembro de 2007, o AbrasMercado apresentou alta nominal de 12,75% - passando de R$ 231,20 para R$ 260,68. Em valores reais, o aumento foi de 6,47% no mesmo período.
Os principais produtos dos supermercados, como os alimentos, são mais dependentes da renda do consumidor e não tanto do crédito - setor mais afetado pela crise financeira global. Os produtos com as maiores altas foram: tomate, 37,90%; cebola, 11,40%; e batata, 8,20%. Com quedas foram: feijão, -11,81%; óleo de soja, -6,43%; e carne dianteiro, -3,69%.