O fim da Lei do Bem, que reduzia a carga tributária para a venda de aparelhos como tablets, computadores e smartphones, deve afetar o mercado como um todo, incluindo a Telefônica/Vivo, no entanto, a empresa continua confiante na comercialização de serviços móveis, afirmou o Chief Revenue Officer, Christian Gebara. “Estamos vendo algumas alternativas, como Vivo Renova, que foi lançado há um ano, em que o cliente entrega um aparelho antigo e deduz um valor na compra de um aparelho novo”, afirmou. “Vamos procurar minimizar maneiras para reduzir o impacto no bolso do cliente”, acrescentou.
Segundo o executivo, o número de usuários que compram o primeiro smartphone pode ser afetado pelo fim da Lei do Bem. Além disso, é possível que os consumidores atrasem uma futura troca por conta do aumento de preços dos aparelhos, mas “ainda é difícil prever o impacto”. O executivo ressaltou, no entanto, que a venda de serviços da companhia não depende da sua comercialização de smartphones. “A Vivo vai continuar a venda de serviços de pré-pago e pós-pago com base em aparelhos comprados em nossas lojas ou em outros canais”, acrescentou.
Receita de dados
A receita de dados e de serviços de valor agregado (SVA) deve crescer em 2015 em volume e representatividade sobre a receita líquida de serviço móvel da Telefônica Brasil, afirmou Gebara. O executivo negou que os aplicativos e SVAs da companhia não foram feitos para enfrentar programas Over The Top (OTT), como WhatsApp e Facebook.
“O crescimento tem sido muito robusto e acreditamos na contínua expansão. Todos os planos da companhia hoje trazem dados”, afirmou o executivo. Gebara afirmou que a receita de SVA deve avançar a um ritmo de dois dígitos na comparação entre 2014 e 2015, mas não é possível dizer que o ganho será de mais de 40% como se observou entre 2013 e 2014. “A base está crescendo e, por isso, o porcentual pode ser menor”, acrescentou.
A receita de dados e SVA registrou um crescimento de 33,5% no segundo trimestre na comparação com igual período do ano passado, a maior alta dos últimos três anos. No trimestre, a receita de dados e SVA aumentou sua representatividade sobre a receita líquida de serviço móvel para 46,1%, um avanço de 9,6 pontos porcentuais na base anual.
Atualmente, a Telefônica Brasil oferece mais de 80 serviços de valor agregado (SVA) aos seus clientes, abordando desde saúde e bem-estar até o aprendizado de idiomas, gestão profissional e leitura em geral. São aproximadamente 42 milhões de clientes ativos. No segundo trimestre, a receita de SVAs cresceu 20,2%, totalizando R$ 481,3 milhões. A participação da categoria no segundo trimestre ficou em aproximadamente 8,3% da receita líquida de serviço móvel.
Para Gebara os SVAs são uma realidade para a Telefônica Brasil. “Somos uma telco digital e queremos dar conexão e experiência completa ao cliente. Além de dados, voz e SMS, buscamos dar mais experiências na relação com a Vivo”, acrescentou o executivo.
Os comentários foram feitos durante apresentação à imprensa de dois novos produtos de SVA: Vivo Meu Negócio e Vivo Meu Show. Ambos os aplicativos buscam atender à tendência observada pela empresa em outros países, que é o desejo de participação e interação dos usuários.
No primeiro programa, de empreendedorismo, o usuário recebe dicas e pode criar um projeto corporativo, que será votado pelo público e julgado pelo empresário Roberto Justus. Já no segundo, voltado para o mundo artístico, o cliente ouve sugestões de famosos e pode publicar suas expressões artísticas, que também serão votadas pelo público. Os vencedores em ambos as iniciativas podem receber prêmios.
Questionado se os programas visam enfrentar as OTTs, o executivo rejeitou essa perspectiva e disse que os aplicativos foram gerados para aumentar a experiência com a Vivo. “Participamos do mercado de OTTs. Somos uma empresa que oferece aplicativos digitais também. Se o cliente quer comprar música, aprender inglês ou guardar arquivos em cloud, temos produtos da Vivo para isso. Queremos oferecer serviços para que o cliente fique conosco”, acrescentou.
Pré-pago e pós-pago
Gebara também comentou sobre a atuação da empresa na oferta de internet para pacotes pré-pagos e pós-pagos. “O que a Vivo tem feito de maneira pioneira é migrar clientes do pré-pago para o plano controle, que é o modelo de entrada do pós-pago”, afirmou. O executivo disse, no entanto, que não oferecerá grandes pacotes de internet, como alguns concorrentes.
Segundo Gebara, a empresa não acredita no esgotamento da rede e da qualidade de rede por conta de grandes ofertas. “Não tem consumo ilimitado, pois queremos garantir a qualidade da rede”, acrescentou.
“O mercado já assimilou que não existe mais oferta de internet ilimitada. O cliente entende hoje que existe o bloqueio da internet após o fim da franquia”, afirmou. “Vejo como negativa a redução de velocidade com o fim da franquia, pois parecia uma queda de qualidade. Hoje tem mais transparência com aviso sobre o fim da franquia”, acrescentou o executivo, ao apontar que a empresa tem buscado explicar sobre o uso de internet para os clientes e o impacto no consumo de dados.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast