A greve dos empregados da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, iniciada terça-feira, levou a montadora a endurecer nas negociações e ameaçar 21 mil trabalhadores, praticamente todo o seu efetivo no Brasil, com férias coletivas ainda este mês.

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No início da noite desta quinta-feira, a montadora informou aos sindicatos onde tem fábricas de automóveis (Taubaté, São Bernardo do Campo e São José dos Pinhais e até São Carlos, que faz motores) a intenção de dar férias coletivas a todos os empregados dessas unidades entre 18 e 27 de setembro. As férias coletivas poderão ser oficializadas caso se prolongue a paralisação dos 11 mil funcionários em São Bernardo do Campo (região metropolitana de São Paulo).[Metalúrgicos protestam contra greves]

Se isso se confirmar, quatro das cinco fábricas da Volks no Brasil ficarão dez dias paradas.

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— Essa é uma medida preventiva e só será tomada caso persista a paralisação no ABC — disse um porta-voz da montadora.

Alegando falta de peças e componentes (motor e câmbio) produzidos no ABC, a Volks acertou com os sindicatos de Taubaté, no interior paulista, e de São José dos Pinhais, no Paraná, folgas de dois dias para as fábricas dessas cidades. A fábrica no Paraná pára nesta sexta e sábado. A de Taubaté não funciona nesta sexta nem no dia 6.

Em assembléia, os trabalhadores da fábrica do ABC decidiram estender a paralisação pelo menos até a segunda-feira. Com a continuidade da greve e os seus efeitos sobre a produção das outras unidades do grupo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tenta forçar a montadora a retomar as negociações, suspensas desde o último domingo.[Funcionários da Volks mantêm greve]

Nas folgas, previstas para as próximas sexta e quarta-feiras, a montadora alemã deixará de produzir 1,7 mil carros Gol e Parati, disse a assessoria, acrescentando que as horas não-trabalhadas serão computadas no banco de horas.

A unidade da Volkswagen em São Bernardo está em seu terceiro dia de paralisação devido à greve dos seus 11 mil funcionários, impedindo a produção de mais de 900 carros por dia.

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Apesar da crise com os funcionários no ABC, a Volks fechou com o sindicato paranaense um acordo de reestruturação em 18 de julho e se prepara para receber investimentos da matriz alemã nos próximos meses, segundo a assessoria da montadora.

Em Taubaté, a Volks demitirá 700 trabalhadores até 2008, sendo que 160 deixaram os cargos no mês passado, afirmou a assessoria.

Nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou a Volkswagen pela crise na empresa e criticou as demissões.