A Volkswagen do Brasil anunciou, nesta quarta-feira (28), a chamada "campanha de oficina ativa" para a revisão do motor 1.0 flexível EA-111que equipa 400 mil unidades entre os modelos Gol, Voyage e Fox, fabricados a partir de abril de 2008. Nesta terça-feira (27), o engenheiro responsável da companhia, José Loureiro, confirmou que o problema que causa barulho no motor está na lubrificação.

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A convocação não se trata de um recall, mas esse tipo de operação é chamado pela indústria como "recall branco". Esse tipo de procedimento é adotado, quando a montadora avalia que o defeito não coloca em risco a segurança de condutor e passageiros. Mesmo assim, a ação da Volkswagen visa substituir o óleo lubrificante do motor, mudança na orientação para a troca de óleo a cada seis meses ou 10 mil quilômetros e extensão do prazo de garantia dos motores de 3 para 4 anos. A empresa coloca o call center à disposição dos clientes: 0800 019 5775.

Embora a Volkswagen tenha declarado como problema a aceitação do óleo lubrificante, concessionários têm afirmado à imprensa que o defeito está nas peças estruturais do motor, por não terem recebido tratamento térmico, como forma de reduzir custos. O problema foi divulgado no dia 15 de outubro pela revista Exame, que afirmou que o custo de um recall, neste caso, ultrapassaria R$ 1 bilhão. De acordo com a reportagem, o prejuízo da Volkswagen seria de tal proporção porque a retirada do motor do carro e o reparo além de caros envolveriam complexa operação de logística.

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Segundo o engenheiro da montadora, a especificação do óleo sintético do motor foi alterada pela própria montadora em março de 2008. "O novo óleo está dando perda de lubrificação o que danifica as peças, por isso os clientes reclamam do barulho", explica Loureiro ao G1. Segundo ele, entre Voyage e Gol, 300 mil carros circulam com o novo lubrificante. Do modelo Fox são 100 mil unidades. No entanto, Loreiro garante que o problema acontece em uma unidade a cada mil carros. Ou seja, do total, estariam afetadas cerca de 400 unidades.

"O problema não é do fabricante do óleo. A especificação do lubrificante foi trocada para melhorar o desempenho do carro, mas o motor apresentou dificuldades na lubrificação", observa o engenheiro. Segundo ele, para resolver o problema a Volkswagen mudará novamente a especificação do óleo. José Loureiro não quis citar o nome da fabricante do óleo ou falar sobre a diferença de custo entre os dois produtos.

O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, afirmou durante o evento de lançamento do novo Fox que a companhia "irá se responsabilizar 100%" pelo defeito. "Vamos estender a garantia do motor de três para quatro anos", disse o executivo.

A "garantia" pode significar também a troca do propulsor. De acordo com Loureiro, se a modificação for necessária, o custo da documentação do novo motor será coberto pelas revendedoras, que serão reembolsadas pela Volkswagen. Apesar disso, a empresa nega a necessidade de recall, já que defende que o defeito não coloca em risco a segurança dos motoristas.

Para trocar a documentação de veículos com motores alterados, a taxa é de R$ 122,05 para os modelos já licenciados e de R$ 165,17 para os não licenciados. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a mudança na documentação é necessária por causa do número do chassi que é gravado no motor.

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Caso Fox

Em 2008, a Volkswagen foi envolvida em polêmica por recusar a fazer o recall do modelo Fox, após o registro de uma série de acidentes registrados por oito usuários do veículo, que tiveram dedos mutilados por uma argola usada no rebatimento do banco traseiro. Para solucionar o problema, a montadora primeiramente passou a instalar gratuitamente uma peça adicional que evitava eventuais erros na operação de rebatimento do banco traseiro do Fox aos usuários que tenham dúvida no manuseio do sistema.