A empresa de pães industrializados Wickbold fechou na segunda-feira (10), a compra de 100% da empresa Seven Boys, apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes familiarizadas com a operação. As negociações entre as duas companhias duraram quase nove meses. O valor do negócio não foi divulgado.
Com um faturamento em torno de R$ 650 milhões, a Wickbold, que possui cinco fábricas nas regiões Sudeste – três em São Paulo e uma no Rio de Janeiro – e outra no Sul, em Santa Catarina, buscava nos últimos meses alternativas para crescer no país para fazer frente com a empresa mexicana Bimbo, dona da marca Pullman, líder na América Latina, segundo as mesmas fontes.
Terceira no ranking, atrás da Bimbo e da Panco, a Wickbold viu na aquisição da Seven Boys, que tem como seu carro-chefe as bisnaguinhas batizadas com o mesmo nome, fundada por imigrantes japoneses há cerca de 50 anos, a oportunidade para disputar a liderança com a empresa mexicana. A compra da companhia permitirá a expansão da Wickbold para outras regiões do país e a tornará vice-líder na produção nacional, atrás da Bimbo e Panco. Com receita em torno de R$ 200 milhões, a Seven Boys, a quarta do setor, tem fábricas em Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG) e nove distribuidoras, o que garante a presença da empresa também na região Centro-Oeste.
De acordo com as mesmas fontes, a Seven Boys estava em uma situação financeira delicada. A saída encontrada foi a venda do negócio. Procurada pela reportagem, a Wickbold não quis comentar o assunto. Nenhum porta-voz da Seven Boys foi encontrado para falar sobre a operação.
Pulverizado
O mercado de panificação industrial é considerado extremamente pulverizado. “A Wickbold demoraria muito para alcançar a vice-liderança, se optasse pelo crescimento orgânico”, disse uma outra fonte de mercado. Agora, a meta é disputar mercado com a Bimbo, que, além da Pullman, possui as marcas Ana Maria, PlusVita, Bisnaguito, rap 10, Nutrella, entre outras.
De acordo com dados da empresa de pesquisa de consumo KantarWorldpanel, os brasileiros passaram a migrar para o consumo de pão industrializado durante a crise, uma vez que o produto tem maior durabilidade e praticidade. A indústria de pão industrializado movimentou cerca de R$ 2,6 bilhões, alta de 26% sobre o ano anterior, e volume de 276 mil toneladas, alta de 12%.
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