As cotas sociais nas universidades públicas são aprovadas por 54% da população. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Hello Research, de São Paulo. O levantamento foi feito com 1274 pessoas acima de 16 anos das cinco regiões brasileiras. Do total, apenas 14% dos entrevistados disseram ser “totalmente contra” à política afirmativa para alunos que estudaram nas escolas públicas.
Os índices de aprovação foram maiores aos registrados no ano passado. Em 2015, 30% afirmaram ser “totalmente a favor” das cotas sociais e 17% “totalmente contra”.
Em relação às cotas raciais, a apreciação positiva deu um salto: o índice de aprovação, que era de 23% em 2015, passou a 42% na rodada de 2016. A quantidade de pessoas, porém, que relataram ser “totalmente contra” cotas para “afrodescendentes e minorias étnicas” permaneceu relativamente estável, era de 20% em 2015 e aumentou para 21% em 2016.
A amostra da pesquisa, de acordo com Denis Bertoncello, diretor da Hello Research, respeitou a proporção da distribuição da população em relação às regiões brasileiras, à renda e ao grau de escolaridade.
Posicionados no Sul
Na região Sul do Brasil, na qual em 2015 a maioria das pessoas se considerava “nem a favor, nem contra” tanto em relação às cotas sociais quanto às raciais, houve um movimento de posicionamento em 2016.
A resposta “totalmente a favor” das cotas para alunos que estudaram nas escolas públicas cresceu de 19% para 53% - ao mesmo tempo, o “nem a favor, nem contra” caiu de 37% para 9%. Por outro lado, o “totalmente contra” cresceu de 11% em 2015 para 13% em 2016.
Já em relação às cotas raciais, o “nem a favor, nem contra” caiu de 30% para 9%, de 2015 para 2016. A resposta “totalmente a favor” cresceu de 10% para 43% e o “totalmente contra” passou de 14% em 2015 para 23% em 2016.
Histórico
Em 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou um projeto de lei que determinava a oferta de 50% das vagas nos vestibulares das instituições de ensino superior federais para cotas sociais e raciais em parcelas progressivas até 2016. As cotas raciais para negros e pardos são aplicadas de forma proporcional à presença dessas populações em cada estado de acordo com o Censo do IBGE.
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