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Em Brasília, candidatos participam da segunda aplicação do Enem 2016 | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Em Brasília, candidatos participam da segunda aplicação do Enem 2016| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O tema da redação da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é “Caminhos para combater o racismo no Brasil”. Neste domingo (4), 191 mil alunos fazem o exame - eles tiveram a prova adiada por conta da ocupação dos locais de prova em novembro.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, divulgou o tema da redação logo após o início da prova. Os alunos têm que produzir um texto dissertativo e argumentativo sobre o tema e oferecer uma solução para o problema proposto.

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De acordo com o Inep, a proposta de redação traz quatro textos motivadores: um que trata da condição do homem negro; o segundo é um artigo de lei que tipifica o preconceito de raça ou de cor como crime; o terceiro é uma peça publicitária que distingue o racismo de injúria racial; e o quarto traz uma definição acerca do que são ações afirmativas.

Na primeira aplicação da prova, realizada nos dias 5 e 6 de novembro, o tema da redação foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.

Para não zerar a nota da redação, os alunos devem escrever um texto de no mínimo 7 linhas e, no máximo, 30. Além disso, os alunos também podem ter a nota zerada caso seja identificado o desrespeito aos direitos humanos.

Além da redação, a prova deste domingo tem 45 questões de matemática e 45 de linguagens (português e inglês ou espanhol). Os candidatos têm até 5h30 para terminar o exame.

Candidatos negros elogiam discussão sobre racismo na redação do Enem

Candidatos negros que participaram este domingo da prova do Enem elogiaram a proposta de discussão do racismo. Muitos afirmam já ter vivîdo ou testemunhado situações de preconceito, e puderam destacar esta experiência em suas redações.

“Para nós que somos pretos é difícil escrever só em 30 linhas”, disse Victor Vilela, de 20 anos, que tenta pela primeira vez o curso de Educação Física. “Racista é racista e sempre vai ser. Tem que trabalhar lado intelectual e mais humanitário das pessoas”.

Victoria Luiza, de 19 anos, tenta o Enem pela segunda vez, e desta vez acredita que a pauta pode favorecê-la.

“Foi mais fácil pra mim por causa da minha cor. Porque apontam, discriminam, chamam a gente de preto”, lamentou a candidata, interessada em estudar Medicina.

Victoria Correia, de 18 anos, está indecisa entre os cursos de Direito e Gastronomia. Sua certeza é sobre a importância da ascensão do negro na sociedade:

“Era preciso conhecer bem sobre os movimentos negros no Brasil. Eu não faço parte, mas ouço falar. Falei também sobre a qualificação do negro na sociedade e os cargos baixos que ocupam. O tema foi importante porque querendo ou não ainda não foi totalmente discutido. Graças a Deus eu, pessoalmente, nunca vivi nada”.

A treineira Victoria Salgado, de 17 anos, também aprovou a escolha do assunto:

“Achei a escolha do tema muito pertinente. Tem muita gente que ainda comete esse crime e é bom pensar que hoje eles tiveram que articular sobre isso”, analisou a jovem, que sonha em cursar Biomedicina.

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