Greve ofusca eleição para reitor na UFPR
A eleição para Reitor na Universidade Federal do Paraná (UFPR) está mais difícil neste ano por causa da greve dos professores e servidores federais. O pleito, marcado para o dia 4 de setembro, será transferido provavelmente, para o fim de setembro.
Concorrem ao principal cargo da instituição o atual reitor Zaki Akel Sobrinho e a diretora do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Tarcisa Bega.
>>> Quais são os principais desafios da UFPR hoje?
O primeiro e principal é, sem dúvida, crescer mantendo a excelência acadêmica. A universidade fez uma expansão vigorosa e aumentou em 30% o número de vagas na graduação nos últimos quatro anos, muito disso com recursos do Reuni, reduzindo a elitização do ensino. Isso faz com que haja uma pressão por espaço físico muito grande. Em contrapartida, nos últimos quatro anos, demos o maior salto de infraestrutura na história da instituição, aumentamos em 25% a área construída. Outro grande desafio para o período de 2012-2016 é aumentar a internacionalização da UFPR.
>>> Quais serão as suas primeiras medidas se reeleito?
Como em 2008, organizaremos um ciclo de planejamento participativo que consiste em realizar oficinas nas quais convidamos a comunidade interna professores, estudantes e técnicos para pensar em propostas de melhorias para cada uma das áreas da universidade, o ensino, a pesquisa e a extensão. Nessas oficinas, também queremos discutir outras demandas, como a situação do Hospital de Clínicas e sobre os nossos grandes desafios de infraestrutura. Depois de fazer um diagnóstico muito claro da situação, poderemos desenhar programas e projetos. Nós fizemos isso em 2008 e alcançamos a marca de 92% de programas cumpridos, com metas bem-sucedidas.
>>> Como aumentar a pesquisa na universidade? Alguns professores reclamam de burocracia nos processos.
Desde o início da história da UFPR até 2009, tínhamos 92 patentes. De lá para cá, em quatro anos, conquistamos outras 102, mais do que o dobro dos anos anteriores. Avançamos muito em parcerias com empresas e em fazer ciência e tecnologia, porque patente na prateleira não serve à sociedade. Se há burocracia, é aquela que protege juridicamente o pesquisador e não a que impede a pesquisa. Quando assumimos a Reitoria, a Controladoria-Geral da União fez mais de 50 apontamentos de irregularidades na auditoria anual. No ano passado, apenas um. Será que é melhor fazer rápido e mal feito? Estamos buscando o equilíbrio entre a agilidade e a eficiência, com projetos de melhorias nos processos e a segurança institucional e a dos nossos pesquisadores.