A greve nas instituições federais de ensino superior no Paraná deve demorar para terminar. Nesta terça-feira (7), professores das universidades Federal (UFPR) e Tecnológica (UTFPR) confirmaram em votação nas assembleias sindicais a decisão de intensificar a mobilização. Os comandos de greve das duas instituições estudam agora meios para esclarecer a população dos motivos pelos quais a categoria continua parada desde o dia 17 de maio. E também medidas que possam persuadir o governo a abrir de novo a mesa de negociações, encerrada no último dia 1º pela não aceitação dos sindicatos da proposta feitas pelo Ministério do Planejamento.
A assembleia na UFPR contou com a presença de 163 professores de Curitiba, 23 de Palotina e 11 do Litoral. No encontro, a pedido de um professor, houve uma nova votação para decidir pela continuidade da greve. De acordo com o sindicato que reúne os professores da instituição, a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr), os presentes votaram pela extensão da greve, com exceção de um voto contra e duas abstenções.
No encontro da UFPR, os professores decidiram ainda, como forma de pressão, encaminhar aos sindicatos nacionais uma discussão sobre a necessidade de suspender o vestibular nas instituições em greve. "É preciso alertar a opinião pública sobre o acordo espúrio feito pelo governo com o Proifes [único sindicato que aceitou a oferta do governo]. Além da discussão sobre a suspensão do vestibular, queremos debater na UFPR a possibilidade de cancelamento do semestre", explicou Luis Allan Künzle, presidente da Apufpr. Na ocasião, os professores também fizeram uma moção de apoio à greve dos técnicos administrativos.
O resultado não foi diferente na UTFPR. Os professores presentes na assembleia sindical também confirmaram a intenção de estender a greve. Diante de uma proposta de encaminhamento de um "indicativo de retorno" da greve a Andes, 85 professores votaram contra, dois foram favoráveis à iniciativa e seis se abstiveram de votar. O presidente da Sindutfpr, sindicato dos docentes da UTFPR, Ivo Pereira de Queiroz, informou que o Comando de Greve da instituição fará reuniões nos próximos dias para delimitar que ações serão realizadas a partir de agora.
Unila
Os professores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) também permanecem convictos em continuar a greve. De acordo com Gisele Ricobom, presidente da Associação dos Docentes da Unila (Adunila), a decisão da última assembleia, realizada em 2 de agosto, continua em pé. "Não reconhecemos o acordo feito com o Proifes e a manutenção da greve na maioria das instituições comprova que esse sindicato não tem representatividade", afirmou.
A greve completa nesta terça-feira (7) 82 dias. No último dia 24 de julho, o governo federal ofereceu aos professores reajustes salariais de 25% a 40% em três parcelas até março de 2015. A proposta foi rejeitada pelos sindicatos no dia 1º de agosto por não contemplar as principais reivindicações dos docentes, a reformulação do plano de carreira e melhores condições de trabalho.
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