A greve de 37 universidades públicas federais, que já dura mais de 50 dias, pode estar perto de acabar. As negociações entre o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) e o Ministério da Educação (MEC) parecem avançar, mas ainda há itens divergentes. Até terça-feira, o sindicato aguarda uma posição das associações de docentes sobre a paralisação e as reivindicações. Uma nova reunião foi marcada com o secretário executivo adjunto do MEC, Ronaldo Teixeira, para a próxima quarta-feira.

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No último encontro, no dia 19, o Andes apresentou uma contraproposta ao governo, que havia oferecido aumento de até 25% para algumas categorias de professores. A entidade quer que o MEC conceda um reajuste menor, de 18%, mas exige que ele seja estendido a toda a categoria (cerca de 100 mil profissionais). Isso representaria um gasto de até R$ 400 milhões a mais do que o ministério diz ter à disposição para negociar (de R$ 500 milhões).

Segundo o vice-presidente do Andes, Paulo Riso, o MEC se comprometeu a entregar uma resposta por escrito. O sindicato quer também que o governo estenda o benefício aos aposentados.

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- Eles (o MEC) colocaram muita dificuldade para conseguir mais recursos. E acham que será difícil. Por enquanto, a greve continua - disse Riso.

O secretário Teixeira, no entanto, é otimista:

- Temos expectativa favorável de que no início da semana que vem todos estarão de volta às salas de aula - afirmou.

Na reunião desta quarta-feira, a categoria cedeu e abriu mão da incorporação das gratificações, que hoje representam até 60% dos salários de alguns profissionais.

O documento dos grevistas apresenta cinco pontos básicos: paridade entre os salários dos docentes da ativa, aposentados e pensionistas; isonomia: mesma remuneração por trabalho igual; recuperação do poder aquisitivo diante da perda inflacionária; extinção das gratificações com suas incorporações, para efetivar o fortalecimento do vencimento básico; e o fim das remunerações por critérios produtivistas.

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