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Formação

A arte de falar bem em público

Na época da faculdade, uma das estratégias de Rafael Diehl era conversar com a família sobre o assunto de sua banca final. | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Na época da faculdade, uma das estratégias de Rafael Diehl era conversar com a família sobre o assunto de sua banca final. (Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo)

São tantas apresentações de trabalhos e, no fim, a banca da monografia, que falar em público acaba sendo essencial para sair com um diploma da universidade. Mas e quando bate o nervosismo?

O professor de História do ensino fundamental Rafael De Mesquita Diehl sente como se todos os holofotes e olhares estivessem em cima dele. "Para algumas pessoas, isso é radiante, mas, para o tímido, é como se estivesse sendo avaliado por uma grande multidão. Na universidade, essa sensação é potencializada pelo fato de muitas apresentações em público realmente se tratarem de avaliações", comenta.

Tímido desde criança, na escola, Diehl tinha os amigos e a diversão das atividades lúdicas para se sentir mais confortável. Mas isso mudou com a apresentação dos primeiros trabalhos acadêmicos, quando começou a ficar nervoso, se perder na ordem dos assuntos e falar baixo demais. "Na faculdade, fui percebendo que a convicção e o domínio do assunto transmitiam uma grande segurança. Passei então a preparar com mais assiduidade as minhas apresentações", conta.

E na hora da banca da monografia? "O que mais me tranquilizou foi a lembrança de que havia estudado a temática da pesquisa por cerca de três anos inteiros, o que me dava um amplo domínio do objeto a ser apresentado", lembra. Além disso, ele treinava conversando sobre o assunto do trabalho com a família.

Nervosismo

Segundo uma pesquisa feita neste ano pela Nube Estágios, organização privada de colocação de jovens no mercado de trabalho, os maiores motivos de insegurança dos alunos na hora de falar em público são o nervosismo (34%), a timidez (33%) e a ansiedade (27%).

Para Flávio Pereira, psicólogo e diretor de um instituto de desenvolvimento pessoal e profissional que leva o seu nome, muitos alunos encontram esse problema quando entram na universidade, onde a demanda por falar em público e a pressão são maiores. "Quando a pessoa não consegue mais ter controle da situação e pensa em desistir, pedir para alguém apresentar no seu lugar ou aceitar uma nota mais baixa é hora de pensar em pedir ajuda", diz Pereira."Tudo está ligado ao medo de cometer erros, ser criticado, não agradar, ter um branco, transparecer nervosismo, dar vexame ou ser ridículo. São crenças que as pessoas devem abandonar", completa.

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