Evolução
Um censo divulgado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) mostra uma evolução exponencial da modalidade. Em 2009, havia 528.320 matrículas. Dois anos depois, o total era de 3.589.373.
Dano moral
No dia 14 de maio, o juiz federal Raul Mariano Junior, titular da 8ª Vara da Subseção Judiciária de Campinas (SP), condenou o Conselho Federal de Serviço Social a pagar R$ 100 mil por danos morais e multa diária de R$ 5 mil caso um material publicitário preconceituoso contra o ensino a distância não fosse recolhido. A campanha veiculada em 2011 apresentava a frase "Educação não é fast-food diga não à graduação a distância em Serviço Social". A ação foi aberta pela Associação Nacional dos Tutores da Educação a Distância. A sentença foi publicada no Diário Oficial.
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A educação a distância no Brasil evoluiu. A modalidade que começou rodeada de suspeitas, vista como apenas um meio de burlar o ensino presencial, ganhou consistência com medidas de fiscalização mais rigorosas, a adesão das universidades federais e a influência dos programas ofertados por alguns dos melhores centros de pesquisa do mundo, como Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT). Mesmo assim, o mercado de trabalho parece não ter se dado conta das melhorias no setor. Uma pesquisa recente organizada pela rede Universia e pelo portal Trabalhando.com mostra a rejeição sofrida por quem revela ter se formado em um curso a distância.
No levantamento feito com internautas de nove países ibero-americanos, incluindo o Brasil, 60% dos participantes disseram ter notado que a formação a distância é menos valorizada na disputa por um emprego. A falta do vínculo entre professor e aluno seria a principal causa para a rejeição. Mesmo assim, 47% dos entrevistados afirmaram que a educação a distância se equipara ao ensino presencial.
A dicotomia também é constatada por Emílio Morschel, diretor da Nossa Gestão de Pessoas e Serviços. "Quando há dois candidatos em igualdade de condições, mas um se graduou no ensino a distância e outro no presencial, a vaga sempre fica com quem fez presencial", afirma. Segundo Morschel, o empresariado ainda vê a graduação a distância como um curso de segunda linha, embora o julgamento mude completamente quando se trata de cursos técnicos, especializações ou MBAs.
O motivo para essa diferenciação é citado por Gislene Cesário Pereira, gerente de talentos humanos da Neodent. "Não fazemos distinção quando se trata de pós-graduação porque se trata de um aperfeiçoamento, mas penso que uma formação básica presencial prepara muito melhor."
Otimismo
Essa rejeição, no entanto, parece não afetar o otimismo de quem trabalha no setor. William Victor de Matos Silva, pró-reitor de Educação a Distância do Centro Universitário Cesumar, de Maringá, admite ainda haver algum preconceito, mas destaca que há seis anos as dificuldades eram muito maiores. A maior prova dessa mudança é o crescimento da procura. Em 2008, quando a instituição começou a trabalhar com a modalidade, contava com 300 alunos. Até fevereiro deste ano, o número de matriculados era de 35 mil.
Independência e disciplina
Algumas competências desenvolvidas em cursos a distância são destacadas por quem atua na área como vantajosas no mercado de trabalho. A pró-atividade é uma delas. A coordenadora de Educação a Distância no Centro Universitário Uninter, Karin Schneider, destaca que a modalidade faz com que o estudante se habitue a buscar respostas por conta própria e a ter mais disciplina com relação a prazos e horários de estudo. Ela rebate a ideia de que em cursos a distância são fáceis. "Nosso índice de reprovação é maior do que o de qualquer curso presencial. Não é qualquer um que termina um curso de educação a distância", afirma.
A disciplina rígida de Adalgisa de Almeida Sampaio, 41 anos, garantiu a graduação dela em Gestão de Negócios Imobiliários. Falta um mês para encerrar o curso. "Dedico de uma a duas horas por dia aos estudos em casa", conta. Já empregada na área, Adalgisa quer começar em breve uma especialização em Direito Imobiliário, também a distância.
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