A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quinta-feira (3) pela constitucionalidade da reserva de vagas por critérios sociais e raciais no Programa Universidade para Todos (ProUni). O modelo do programa tinha sido contestado em 2005 pelo partido Democratas (DEM) e pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenem).
Sete ministros (Gilmar Mendes, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso, Luiz Fux, Rosa Weber e Dias Tóffoli) votaram pela improcedência da ação impetrada pelo DEM e pela Confenem contra o ProUni. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello acatou o questionamento das duas entidades. O resultado assegura a permanência da realização do ProUni nos moldes atuais. Três ministros não participaram da votação: Celso de Mello, por licença médica, Ricardo Lewandowski que está em missão fora do país e Carmem Lúcia, que se declarou impedida de votar.
O ProUni foi criado em 2004 e está em funcionamento desde 2005. Por ele, estudantes com renda familiar de até três salários mínimos por pessoa podem conseguir bolsas de estudos integrais e parciais em instituições de ensino superior particulares. Os interessados também devem ter estudado em escola pública ou em instituição particular de ensino como bolsista integral. O programa reserva ainda vagas para alunos negros, indígenas, e portadores de necessidades especiais.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o ProUni, movida pelo DEM e pela Confenem, chegou a entrar em pauta há quatro anos, quando o relator da matéria, Ayres Britto, refutou os argumentos contra o programa e julgou a ADI improcedente. O julgamento, no entanto, foi interrompido, depois que o ministro Joaquim Barbosa pediu vista, até ser retomado nesta semana.
O DEM e a Confenem argumentaram que a reserva de parte das bolsas por critérios sociais e raciais vai "contra o princípio de isonomia entre os cidadãos". A ADI também questionava o fato de o ProUni ter sido criado por uma medida provisória, já que não poderia se aplicar os requisitos de "relevância e urgência" ao programa.
O resultado do julgamento desta quinta-feira, favorável à metodologia do ProUni, seguiu a mesma linha de argumentação que levou o STF a confirmar a validade do sistema de cotas raciais nas universidades na semana passada. Na ocasião, todos os ministros do STF decidiram pela legalidade da medida.
Esquerda tenta reconexão com trabalhador ao propor fim da escala 6×1
Jornada 6×1: o debate sobre o tema na política e nas redes sociais
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Deixe sua opinião