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“Programa de bolsa é uma experiência complexa. Está provado que aluno com bolsa não estuda, é o que mais falta e que dá problema de comportamento.” | Felipe Rosa / ACP
“Programa de bolsa é uma experiência complexa. Está provado que aluno com bolsa não estuda, é o que mais falta e que dá problema de comportamento.”| Foto: Felipe Rosa / ACP

FRASE

"Estamos trabalhando em como se tornar empreendedor e não em ser um repetidor que vem para a aula, ouve e vai embora. Queremos que o estudante se dê o direito de sonhar, pensar, agir, implementar e materializar sonhos."

Em visita ao Brasil, o presidente e reitor da Florida Christian University (FCU), Anthony Portigliatti, disse que são os estudantes que ganham com a internacionalização das universidades e defendeu bolsas de estudo apenas para alunos com situação financeira desfavorável. Portigliatti esteve em Curitiba para participar de um evento promovido pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (Fesp), em julho, e conversou com a Gazeta do Povo. A FCU tem sede em Orlando, nos Estados Unidos, e mais de 2 mil alunos em 48 programas de graduação e pós-graduação. As áreas de destaque são Administração, Psicologia, Comunicação e Coach. Confira os principais trechos da entrevista:

Como a FCU trabalha a questão da internacionalização?

Buscamos a internacionalização desde 1999 e hoje temos parcerias com 54 países, com várias instituições da Europa, América do Sul e África. No Brasil, somos parceiros de várias universidades.

Por que é importante para uma universidade investir na internacionalização?

É muito fácil responder. É só ver a exposição e a visibilidade que esse passo dá. Pensamos no estudante que tem de sair para o mercado de trabalho e a diferença que faz ele se formar em uma instituição que esteja preocupada com a colocação dele e em abrir a sua visão. Estudantes de universidades internacionalizadas têm uma possibilidade diferenciada comparando com aqueles de universidades que não têm essa preocupação.

Que vantagens esse diferencial traz para os estudantes?

Ele já se forma globalizado, com uma visão mais ampla, com o inglês aperfeiçoado e entendendo mercado internacional. O impacto institucional é grande, mas o verdadeiro benefício aparece para o estudante, que é o foco da internacionalização.

Como o senhor avalia as universidades brasileiras nesse quesito?

Na internacionalização, eu considero as instituições brasileiras maravilhosas. Mas, falando da sua região especificamente, eu lamento que o curitibano ainda não tenha percebido o que está acontecendo.

Como é a abertura da FCU para alunos estrangeiros?

Temos total abertura. É só ir até o site, ver com qual programa se identifica, buscar mais informações. O importante é que o estudante esteja motivado a buscar, que sonhe.

Existe algum programa de bolsas?

Programa de bolsa é uma experiência complexa. Está provado que aluno com bolsa não estuda, é o que mais falta e que dá problema de comportamento. Enquanto isso, o que paga está empenhado e feliz, ama, valoriza a experiência. Nós até temos um programa de bolsas, mas para o aluno conseguir, tem de nos provar quem é. A bolsa é para quem não tem como pagar.

O senhor disse que as universidades formam repetidores e não pensadores. Como isso pode ser mudado?

Estamos trabalhando em como se tornar empreendedor e não em ser um repetidor que vem para a aula, ouve e vai embora. Queremos que o estudante se dê o direito de sonhar, pensar, agir, implementar e materializar sonhos. Sonhos com planejamento dão resultados. Sem planejamento, são pesadelos.

Há estudantes da Flórida vindo estudar nas universidades parceiras aqui do Brasil?

Sim, muitos. Mais de cem já vieram para estudar nas diferentes regiões, em São Paulo, Vitória, Belo Horizonte, no Nordeste e no Sul. É muito bom para eles aprenderem outra cultura, saberem que existe outro mundo. Aqui eles aprendem a falar a língua e se viram sozinhos.

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