Desfalcado, mexido, na zona de rebaixamento e enfrentando o líder do Brasileiro. Não era fácil acreditar no Atlético contra o Internacional, ontem, na Baixada. Em campo, no entanto, vitória por 3 a 2 sobre o Colorado e salto de cinco posições na tabela (de 18º para 13º).
Vindo de goleada sofrida para outro gaúcho 4 a 1 diante do Grêmio, na semana passada , o Rubro-Negro precisava resgatar o poder da Arena. O maior aliado atleticano nos momentos de dificuldade reapareceu para fazer o time renascer no Campeonato Nacional.
Apesar de aparecer nos dois últimos compromissos como mandante o empate com o Palmeiras e triunfo contra os reservas do Corinthians , foi diante de Nilmar, Taison, Guiñazu e companhia que a combinação grito da arquibancada e bom futebol no gramado realmente fez a diferença.
"E isso não pode ser apenas em uma partida. Precisa ser sempre assim para conseguirmos mais no campeonato", pede o volante Valencia. "Foi a dedicação de todos que nos ajudou muito. Estamos evoluindo, não tem mais só aquele chutão para frente", avalia o experiente meia Paulo Baier.
Toda a vontade, disposição tática e dedicação poderiam não ter efeito se a qualidade também não aparecesse. Pelos pés do lateral-direito Raul, a equipe de Waldemar Lemos deixou de atacar só pelo lado esquerdo. No ataque, Wallyson, Wesley e Marcinho movimentaram-se tanto que deixaram a defesa rival em parafuso.
Na última semana só com treinamentos (a partir da próxima rodada são pelo menos dois meses de jogos aos meios e finais de semana), o treinador resolveu mudar o esquema tático para o 442. A montagem da formação para encarar o Inter privilegiou as características dos atletas que Lemos tinha à disposição.
"Esse sistema de jogo para hoje (ontem) me propiciou muitas possibilidades de arrancadas e jogadas que eu gosto de fazer. É uma opção que podemos usar durante o campeonato", comenta o meia Marcinho, autor de dois gols na partida e o melhor em campo, referindo-se à ausência de um centroavante de referência na área.
Sem dois figurões da equipe, o atacante Rafael Moura (suspenso) e o zagueiro Antônio Carlos (machucado), o Atlético fez sua melhor apresentação no Brasileiro. Resta saber se eles voltam na quarta-feira, perante o Santo André, fora de casa.
"Primeiro vamos recuperar esse time que atuou hoje (ontem), depois pensamos em quem joga. Desde que cheguei, esse grupo nunca deixou de corresponder", elogia o treinador, dono de um retrospecto de três vitórias, um empate e uma derrota no comando do Furacão.
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