O primeiro semestre do Paraná Clube esteve longe de agradar torcedores e diretoria. Causas? Culpados? Como reverter? O presidente do Tricolor, Aurival Correia, conversou com a Gazeta do Povo e deu a sua opinião sobre estes e outros pontos. Em tom de desabafo, o mandatário assumiu a sua parcela de culpa, lamentou os pontos do planejamento que não funcionaram, porém não poupou críticas a oposicionistas e cobrou o torcedor neste momento.
"Entramos o ano com receita zero, não temos de onde tirar dinheiro. É preciso ajudar e não só reclamar. As nossas dificuldades são imensas, muitas vezes não trazemos os jogadores que queremos porque não temos dinheiro", declarou Correia, por telefone.
Contudo, o dirigente ainda procura ver otimismo onde só há desconfiança e pretende concluir a sua gestão comemorando o acesso à Série A.
Confira a íntegra do papo com Aurival Correia:
Gazeta do Povo Presidente Aurival, qual a sua análise pessoal deste primeiro semestre do Paraná Clube?
Aurival Correia Não foi nada do que a gente esperava, queríamos bem mais deste grupo e as atuações acabaram sendo muito decepcionantes, tanto no Campeonato Paranaense quanto na Copa do Brasil. Foi bastante frustrante pelo grupo que montamos, tínhamos certeza que brigaríamos por títulos.
Onde residiram os principais erros de planejamento?
Em um primeiro momento acreditamos demais na comissão técnica anterior (de Paulo Comelli), que tinha feito um bom trabalho, e fizemos um esforço para mantê-lo neste ano, mas alguns jogadores que vieram acabaram não rendendo. Alguns tinham muito nome inclusive, porém as lesões também atrapalharam, tínhamos limitação em algumas posições. O Luis Henrique mesmo, quando entrou ele arrumou a nossa defesa, mas a sua saída não teve como substituir a contento. Não acertamos na zaga, também perdemos pelo caminho o Elvis, o Wellington Silva nos desfalcou quando vinha fazendo gols, quando estava bem encaixado no time, então isto contribuiu para não alcançarmos os nossos objetivos.
Gerou muita polêmica a saída do técnico Wagner Velloso, ainda mais depois do senhor dizer várias vezes que ele ficaria para a Série B? O que ocorreu de fato?
O futebol é dinâmico, temos que ser ousados e agressivos em determinados momentos. Quando disse que ele ficaria, a situação era essa mesmo. Porém tivemos de mostrar agressividade. As negociações (para vinda de Zetti) foram e sempre são complicadas, temos de ver os parâmetros para contratar um treinador, e alguns solicitações nós simplesmente não podemos acompanhar. Digo que não estávamos conversando com ninguém (como Vágner Benazzi), mas sempre estamos analisando o mercado e o trabalho dentro e fora do Paraná.
Existe muita desconfiança quanto às parcerias que o Paraná fez e vem fazendo com empresários. É mesmo a única alternativa para o clube atualmente?
Precisamos de parceiros e todos aqueles que vêm até nós com a intenção de nos ajudar a vencer são bem-vindos.
Os últimos dois anos tem sido frustrantes para o torcedor paranista. O que é possível falar para a torcida neste momento?
O que vem acontecendo faz parte do futebol. Vimos clubes que investiram muito também e que não chegaram nos títulos. Veja o Santos na Copa do Brasil, foi eliminado pelo CSA-AL, e o Coritiba depois goleou esta mesma equipe. Só uma equipe chega no título, só uma pode ser campeã. Acho que a torcida tem que fazer a sua parte também, tem que ir ao jogo e nos ajudar. Não adianta só reclamar. Não podemos ser campeões todo o ano, fomos campeões (estaduais) em 2006, vice em 2007, estamos fazendo o que é possível.
O senhor vem encontrando muitas críticas também dentro dos bastidores do Paraná Clube. O que o presidente diz em sua defesa?
Entendemos que o futebol mudou muito nos últimos anos. Era fácil assumir o clube quando se tinha garantidos R$ 5 milhões de verba e cotas. No passado era simples assim. Neste ano nós entramos com uma receita zero e não temos de onde tirar dinheiro. Não temos um plano de sócio-torcedor agressivo, as nossas dificuldades são imensas, e digo que não se contrata este ou aquele jogador porque não temos de onde tirar dinheiro. Esta é a verdade. Muitas vezes chegamos nos jogadores que nos interessam, fazemos uma proposta, mas vem outro clube e banca o que não podemos. A dificuldade é financeira, trazemos aqueles que se encaixam na nossa forma de trabalhar.
O foco no momento não é este, mas já se comenta entre conselheiros a possibilidade de termos até mais de uma chapa de oposição nas eleições de novembro ou dezembro. Qual o seu posicionamento para o pleito presidente?
O nosso momento ruim acabou propiciando que pessoas estejam se aproveitando. A minha única preocupação é com o Paraná Clube. Não tenho vaidade ou preocupação com eleição, quero é cumprir a nossa meta de subir para a Série A neste ano.
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