Baier garimpa espaço no Furacão

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A rotina de jogos de Paulo Baier desde que Ricardo Drubscky reassumiu o comando do Atlético, em agosto, tem sido sempre a mesma: do banco de reservas para o gramado. Preterido por Elias no meio de campo, o jogador de 38 anos se transformou, nas palavras do treinador, em um "reserva de luxo". Tanto que, nos últimos 13 jogos, nunca subiu do vestiário direto para o gramado.

Perto de encerrar a carreira – ele quer mais um ano, de preferência, no Furacão –, as condições físicas do atleta não permitem que ele jogue constantemente todos os minutos das partidas. Obstáculo que impediu Drubscky de colocar seu plano em prática. "No começo pensávamos nessa estratégia [de ele ser titular], mas ele não vinha jogando [estava lesionado]. O time se acertou, com jogadores de qualidade e acabei premiando quem vinha jogando. E isso tirou o Paulo das necessidades de início de jogo", revelou o comandante rubro-negro.

Em minutos, ele tem atuado pouco – a média é de pouco mais de meia hora de atividade em campo (32 minutos) com o atual técnico –, mas as atuações decisivas, como no último sábado, quando marcou o gol da vitória no 5 a 4 sobre o América-MG, têm feito o treinador repensar a possibilidade de sair com ele desde o pontapé inicial. A aposta é que o armador tenha "gás" sobrando depois de uma temporada sendo poupado. "Fisicamente, ele está excelente. Tem 38 anos e, por isso, não é mais um jogador com as melhores condições físicas. Mas ele pode, sim, jogar o tempo todo. Podemos ter surpresas nos próximos jogos", adiantou o treinador.

Caso volte a ser titular, será um reencontro à trajetória dele pré-Drubscky. Sob o comando de Juan Ramón Carrasco, só jogava em casa, mas sempre atuando na maior parte do tempo. Com Jorginho, porém, não tinha descanso. Jogou seis das nove partidas, sendo titular em todas – média de 67 minutos no gramado.

Fora de campo, Paulo Baier também tem dado sua parcela de contribuição. Além da própria experiência, o vestiário tem sido diferente com ele. Praticamente uma segunda força, pouco abaixo do treinador, tem chacoalhado o elenco quando necessário. "Ele é muito profissional, tem uma liderança grande e respalda demais o vestiário. Ele dá harmonia, conforto, força e segurança para o grupo", elogiou Drubscky.

Próximo de encerrar o vínculo com o Atlético, em dezembro deste ano, Baier já avisou a diretoria que deseja permanecer. Ainda não teve uma resposta. A renovação está na mesa do presidente Mario Celso Petraglia. "Ele [Baier] quer ficar e o presidente chamou a responsabilidade desse assunto para ele. O Paulo é uma pessoa de diálogo fácil e isso vai ser conversado. É um jogador com quem o Atlético tem muito carinho", comentou o vice-presidente de futebol, João Alfredo Costa Filho.

O respaldo da torcida ele já tem. É recorrente, chegando próximo ao intervalo, as arquibancadas pedirem a presença do meia. Outra prova desse prestígio com os fãs rubro-negros é o fato de ser sempre requisitado nas campanhas de marketing do clube, atraindo bom público – foi assim na noite de autógrafos no lançamento da camisa comemorativa no início deste mês.