Uma Copa das Confederações sem zebras terá a final esperada por todos. Brasil e Espanha decidem o evento-teste para a Copa-2014 no domingo (30), às 19 horas, no Maracanã. O duelo entre a atual e a maior referência histórica de futebol bem jogado. Uma prévia entre os dois protagonistas do Mundial do ano que vem.
O sofrimento enfrentado pelos brasileiros para eliminar o Uruguai, na quarta-feira, foi multiplicado por dez para os espanhóis. Sem conseguir impor seu jogo de toque de bola, sob risco real de ser derrotado e, por fim, tendo de recorrer a chuveirinhos, a Roja eliminou a Itália ontem, no Castelão, após uma batalha de 120 minutos sem gol e 14 cobranças de pênalti. Leonardo Bonucci foi o único a errar chutou por cima, como Roberto Baggio. Jesús Navas converteu a penalidade decisiva.
Maior do que o desgaste pela dura semifinal, somente a gana espanhola de conquistar sobre o Brasil, no Maracanã, o único título que falta a essa geração. São duas Eurocopas, um Mundial e a conta pendente da Copa das Confederações de 2009, em que uma surpreendente derrota para os EUA impediu o duelo com os brasileiros. Agora, chegou a hora de zerar o débito.
"É um sonho de criança para todos jogar uma decisão contra o Brasil, no Maracanã. É um título que nos falta. Para nós, é uma coisa muito boa poder jogar contra eles. E uma grande emoção também", afirmou o técnico Vicente del Bosque. "Todos queriam que a final fosse Brasil x Espanha. Esses times mereceram. Todos que gostam de futebol vão gostar de Brasil e Espanha. Vai ser uma partida emocionante", reforçou o goleiro Iker Casillas, que parou a Itália no primeiro tempo.
O discurso respeitoso e político esconde uma motivação extra para a decisão. Seleção e imprensa espanhola tomaram como questão pessoal as notícias de noitadas da Roja divulgadas pelos meios de comunicação brasileiros nos últimos dias.
As vaias dos torcedores em todos os jogos dos campeões mundiais, independentemente do estádio, também deixaram marcas. Ontem, no Castelão, Sergio Ramos provocou a torcida após converter sua penalidade. Sergio Busquets fez o mesmo, com direito a um palavrão que dispensa tradução para saber o significado.
"Notamos que a torcida sempre vai torcer contra nós. Já nos acostumamos. Estamos conscientes de que, depois que fomos campeões da Europa e do mundo, para eles vai ser uma partida especial. Para nós também vai ser um evento histórico", disse Casillas, no mais próximo que as entrevistas dos espanhóis chegaram de uma resposta às provocações.
A polidez também guiou os comentários sobre a equipe brasileira. Todos genéricos, sem mencionar diretamente uma virtude tática ou um jogador nem mesmo Neymar que mereça atenção na equipe de Luiz Felipe Scolari.
"Todos os jogadores da Espanha são extraordinários e capazes de desequilibrar uma partida. Os do Brasil também são fantásticos, então não podemos dizer que somos melhores", disse Del Bosque.
Antes de pensar no Brasil, os espanhóis estão mais preocupados com a recuperação física. Terão um dia a menos de descanso, com o peso de terem jogado 30 minutos a mais. Roberto Soldado e Césc Fàbregas, ausentes ontem por questões físicas, devem voltar. Um fôlego extra para um time exausto.
"Estamos todos acabados. Não quero mais ver uma bola hoje [ontem]", disse Navas. "Temos de recuperar nossas energias. Brasil x Espanha é um jogo que todo mundo quer jogar", avisou Casillas.
Clique aqui e confira o infográfico em tamanho maior
Polícia isola prédio do STF após explosão de artefatos na Praça dos Três Poderes
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast