Atualizado em 10/08/2006 às 18h46
Como já era esperado, não houve conciliação na sessão judicial desta quinta-feira entre o atacante Dagoberto e o Atlético-PR, acontecida na 8.ª Vara do Trabalho de Curitiba. O clima de tranqüilidade transcorreu durante toda a audiência, que contou com 15 pessoas, entre os quais estavam Dagoberto e seus familiares, além do presidente do Rubro-Negro, João Augusto Fleury da Rocha.
Logo no início da sessão, durante a primeira parte na qual é sugerida a conciliação entre as partes, o advogado do atacante, Fernando Barrionuevo, pediu ao juiz Paulo Ricardo Pozzolo a revogação da tutela que prorrogou o contra do jogador em 250 dias e apresentou novas provas para os autos. "O Dagoberto apresentou a defesa contradizendo os argumentos do Atlético, também apresentou uma ação proposta contra o Atlético questionando a validade do contrato e também solicitando indenização por dano moral, pois todos os abalos à honra e a moral do jogador estão causando problemas na vida pessoal do atleta", comentou Barrionuevo em entrevista à rádio CBN após a audiência.
Do lado atleticano, o advogado Diogo Fadel Braz assegura que o clube continua tentando a conciliação amigável e está aberto a negociações. Na justiça o Rubro-Negro tem agora 15 dias para contestar as novas provas apresentadas. Apenas ao término desse prazo é que a questão judicial será revista pelo juiz, que pode revogar ou não a prorrogação do contrato do atacante. A diretoria do Atlético se pronunciou apenas em nota divulgada no site oficial do clube, na qual enalteceu "a forma em que a Justiça se posicionou, assegurando o respeito aos direitos constitucionais de ampla defesa e contraditório e não se curvando a interesses e pretensões imediatistas desprovidas de fundamento".
Dagoberto fala
Ao término da sessão, Dagoberto desabafou. "Falaram que eu fiz corpo mole, o que é uma coisa absurda. Sempre trabalhei e fiz as coisas que me pediram. Eu me machuquei jogando, todos estão carecas de saber. Treinei mais que todos, nos finais de semanas e folgas. Também não tive férias, me impediram de ter férias. Tenho contrato, sou empregado e tenho que trabalhar".
Uma decisão para o caso pode sair no dia 20 de outubro, quando está marcada uma nova audiência também na 8.ª Vara do Trabalho.
Entenda o caso
Recentemente promovido ao time principal, Dagoberto firmou um contrato de 5 anos com o Atlético-PR em 23 de julho de 2002. Na época, foi fixada multa rescisória de R$ 16,2 milhões. Em 23 de julho de 2006, quando o contrato completava o seu quarto ano, o valor da multa seria reduzido contratualmente para R$ 5,4 milhões. Porém, 18 dias antes o clube postulou na justiça o pedido de prorrogação do contrato por 348 dias, em razão do afastamento do atleta por seguidas contusões. O juiz substituto Amaury Haruo Mori, da mesma 8ª Vara, concedeu liminarmente ao clube uma prorrogação contratual por 250 dias. Como não houve, até agora, a revogação da liminar, continua valendo a multa rescisória inicial.
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