Não é questão de facilitar ou complicar. De repente veio uma enorme pressão sobre o Paraná Clube, sugerindo como agir no jogo do próximo sábado, contra o Atlético. Conselhos absolutamente desnecessários, pois os jogadores tricolores sabem muito bem o que devem fazer em campo. Jogar, apenas cada um "dar o seu melhor", como eles mesmos costumam dizer, para fechar a temporada em alta, com resultado positivo contra um grande rival.

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Se vai conseguir chegar ou não à vitória – que poderia desclassificar o oponente – é outra conversa. A campanha paranista na temporada é muito irregular e na comparação direta o time é mais fraco, conforme a própria classificação no campeonato sugere. A questão que pesa, porém, é outra: em clássico todos esses argumentos comparativos não funcionam, pois cada jogo desses conta sua própria história. "Clássico é clássico e vice-versa" – já filosofava aquele jogador.

Ainda mais aqui, no futebol paranaense, onde o prazer maior é primeiro ver a desgraça do antagonista e depois curtir o próprio sucesso. Foi assim com os atleticanos, na temporada passada, quando, mesmo derrotando o Coritiba, foram rebaixados. Para muitos deles a dor da queda foi inteiramente anestesiada com a não classificação do oponente para a Copa Libertadores da América – o que teria vindo com vitória coxa.

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Lembro-me ainda de outro clássico decisivo, este pela Segunda Divisão nacional de 1995. O Atlético já era campeão e o Coritiba precisava vencer o Atletiba para também ascender à Primeira Divisão. O Atlético entrou relaxado e desconcentrado e levou de 3x0. Inconformados, alguns atleticanos não podem até hoje nem ouvir falar no nome de dois ou três titulares daquela partida, lançando até mesmo insinuações mais maldosas.

Insinuações que não faltaram no ano passado, justamente na partida que rebaixou os rubro-negros, a surpreendente goleada do Cruzeiro – até então caindo aos pedaços – sobre o Atlético Mineiro por 6x1, resultado que garantiu a permanência de dois mineiros no primeiro escalão do futebol nacional.

De minha parte tenho a quase certeza de que a classificação atleticana virá não exatamente por causa desse confronto direto de duas forças locais, que pode aceitar qualquer resultado. O que acho – e já escrevi aqui – é que o São Caetano não conseguirá passar incólume pelo Guarani. O jogo é em Campinas e o Guarani precisa vencer para não correr o risco de ser suplantado pelo Guaratinguetá, o primeiro da zona de rebaixamento, que se despede em casa contra o combalido Barueri, já rebaixado e com boa parte dos jogadores dispensada. E como o São Caetano só tem chances com vitória...