É uma grotesca ironia o que está acontecendo. Nossos torcedores, verdadeiros propulsores da vida dos clubes, estão comemorando o dever da dupla Atletiba continuar na Primeira Divisão e o Paraná não ser rebaixado para a Série C.
Uma contradição. O Atlético deveria estar festejando algo melhor e mais importante. Não ser rebaixado é dever. Possui um ótimo estádio e dos mais modernos centros de treinamento do país. Apesar disso, o Rubro-Negro tem sido um frequentador assíduo das últimas posições dos recentes Nacionais. É uma constrangedora situação, motivo de vergonha e revolta. Estamos nos contentando com o mínimo. Nossos clubes pensam pequeno. Estão empacados e cada vez mais frustrando a torcida. Será possível, friamente, comparar a estrutura do Atlético com o que têm outros clubes brasileiros? Claro que não, mas faz tempo que não desfrutamos de alegrias contundentes do time da Baixada. Fugir do rebaixamento, com tanto sofrimento, já é uma situação ridícula. O Atlético tem potencial para muito mais. Só não tem consciência clara da realidade.
E o Coritiba...
No ano glorioso do centenário de fundação só fez sua galera sofrer. Nenhuma alegria, representada por um título. Perdeu tudo o que disputou. Agora vai atrás da mínima obrigação de continuar na Série A. Cometeu erros fatais no estratégico setor de futebol. O primeiro turno foi vergonhoso, menos de 30% de aproveitamento. Insistiu com um técnico que fracassou cedo e com uma direção de futebol fraca politicamente.
Neste momento o Coritiba está com a cabeça perto da forca. A sentença de morte só não será escrita se o Alviverde deixar de ser o time pequeno dos jogos contra o Santos e o Cruzeiro e jogar um pouco de futebol. E conseguir ser uma equipe que não faça da necessidade de derrotar o Fluminense um simples exercício de proselitismo. Precisa ser sincero e obstinado e derrotar o adversário da última rodada para não ficar marcado por mais um rebaixamento. Lamentável a situação em que se encontra o Coritiba. Perdeu todas as oportunidades de melhorar e ganhar posição menos desastrosa do que a atual. Nem o fantástico apoio da torcida ajudou decisivamente. O Coritiba está no estágio do supremo desespero.
Reagir, eis a questão
Os dirigentes dos três clubes paranaenses necessitam de mais entusiasmo. Mais confiança. Decisões que representem arrojo e retribuição aos que lotam as arquibancadas. Planejar com competência e executar com energia e convicção. Este é o desafio para Coritiba, Atlético e Paraná. Não adianta brigar por migalhas. Pensar grande é ser grande nas atitudes e na gestão administrativa.
Chega de fazer o papel de mero participante.