A Espanha chegou à África como uma das favoritas. Decepcionou na estreia perdendo para a Suíça. O tempo se incumbiu de mostrar que ocorreu um acidente de percurso. Ontem, foi um selecionado especial ao derrotar e desbancar a até então melhor da Copa, a Alemanha. Vai como favorita (será?) contra a Holanda na grande final. Teremos uma decisão inédita, com um campeão inédito. Espanhóis e holandeses são afortunados.
É urgente renovar a CBF
"Faça o que digo, mas não faça o que faço" é o velho ditado que tem atualidade. Neste momento, se encaixa perfeitamente ao que diz e ao que não faz o presidente da CBF. Teixeira fala em renovação para a seleção brasileira. Não disse nenhum absurdo, mas está atrasado alguns meses. Seu poder deveria ser exercitado bem antes. Quando viu que o rumo da seleção era no sentido de um time já maduro, com média de idade de 29 anos, Teixeira omitiu-se.
Afinal, é quem tem a caneta cheia na CBF e a quem são conferidas todas as prerrogativas. Eliminado o Brasil, o oportunista Ricardo Teixeira tratou logo de livrar a cara. Fez o óbvio, disse que a comissão técnica estava demitida. E em seguida levantou a tese de que o futebol do Brasil precisa de ampla renovação. Esqueceu, por interesse pessoal, de dizer que quem comanda o futebol do país é a entidade que ele dirige há mais de 20 anos, em mandatos sucessivos.
Pois Teixeira deveria dar o exemplo, abrir mão do cargo (que não é vitalício) e oportunizar a presença de outros dirigentes, com ideias novas e sem interesses pessoais e até comerciais na CBF.
Os leitores devem estar lembrados de que o presidente da Confederação embarcou no avião pago com dinheiro da entidade, em 2002. Quando foi apanhado pela Receita Federal, exigiu a liberação da carga sem pagamento de impostos. E ameaçou: "Se não for atendido, não levo a seleção campeã do mundo ao Palácio do Planalto para cortejar o presidente". Além de oportunista e aproveitador, o cartola nunca mostrou ter vergonha. Renovar realmente é fundamental, a começar pelo comando da poderosa CBF.
Nossos legisladores poderiam elaborar uma lei limitando as reeleições dos presidentes de clubes, federações e confederações, eliminando vícios e estreitos interesses no exercício do cargo. Do jeito que está, cada vez mais os presidentes e diretores se agarram aos cargos com a insaciável determinação de não largar o poder.
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