Nada mais me surpreende no comportamento do presidente do Atlético. É uma figura excêntrica. Ontem, foi à Câmara Municipal de Curitiba. Falou sobre união no futebol de Paraná. Criticou o Coritiba por não ceder o Couto Pereira para os jogos do Campeonato Brasileiro. Ignorou, propositadamente, que não conversou com os dirigentes do rival sobre a cessão do estádio. Foi direto falar com o presidente da Federação Paranaense de Futebol, o mesmo que foi chamado de idiota em entrevista nesta Gazeta. MCP é desagregador. Quando foi preterido pela ex-diretoria do Rubro-Negro, fez campanha contra os responsáveis pelo clube através das redes sociais e de outros meios de comunicação. Só fala em união, hoje, porque precisa da ajuda dos coritibanos e paranistas. Foi eliminando seus melhores colaboradores quando passou, antes, pela presidência do clube. Com esta personalidade ser agregador é impossível. Como dizia Ulysses Guimarães, quem quer liderar não pode fazer como a galinha "ciscar para fora". É necessário somar e multiplicar. É uma ameaça constante e real contra a liberdade de expressão. Alguns, por medo de processo judicial, ficam calados e concordam ostensivamente com as ideias que ele defende, mesmo as mais estúpidas. MCP é assim. Sem maldade do colunista.

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Prefeitura é banco?

Na visita que fez ontem à Câmara de Vereadores, MCP disse que vai solicitar um empréstimo de R$ 30 milhões ao prefeito Luciano Ducci. Dinheiro da prefeitura, dizendo que paga a dívida quando sair o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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A prefeitura não pode dispor do dinheiro público para atender a interesses particulares. É o mesmo que o contribuinte que paga IPTU, ISS, ITBI solicitar um dinheirinho adiantado para pagar com os futuros tributos do tomador do empréstimo. Não faz o menor sentido. O potencial construtivo já permitiu a arrecadação de algum dinheiro pelo poder municipal? Quem vai fazer a corretagem do potencial construtivo? A prefeitura ou o Atlético de MCP. Perguntar não ofende.

Colocar dinheiro público em obras particulares é o mesmo que "subtrair por corrupção o dinheiro recolhido pelo povo". O delito é o mesmo.

Em Porto Alegre não há um centavo da prefeitura ou do governo estadual no Beira-Rio. Quem está bancando a obra é a Construtora Andrade Gutierrez. Como retorno usará espaços do estádio para receber o dinheiro investido.

Aqui em Curitiba MCP fez tudo para assumir a construção das benfeitorias na Arena da Baixada, mesmo sabendo que o clube não tem cacife para bancar as obras. Os riscos são calculados, inclusive o calote da dívida. Em que mãos estará o Atlético depois do mandato de MCP e seus sócios? Cuidado com o Clube Atlético Paranaense e com o dinheiro público. Clube e contribuintes merecem respeito.

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