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O Atlético é vítima de um dos momentos mais difíceis de sua longa trajetória no futebol. Enfrentou várias crises – técnica, financeira e política – e a todas superou com o despertar da necessidade de unir facções e contar com o apoio da torcida. Houve anos em que o Rubro-Negro não tinha um caminho definido para conduzir a vida com eficiência. Chegou a ser motivo de galhofa e de piedade. Coisas do futebol. Profis­­sionalizado, o futebol passou a ser cuidado com maior seriedade. Há cinco anos o Atlético voltou a conviver com dificuldades, especificamente no time de futebol e a contaminação na área política.

O presidente Marcos Malu­­celli é credor de uma dívida do atual condutor da oposição, um fanático amante da crise, movido por vários interesses. Talvez nem tanto pelo êxito do clube, afundado por ele nas dificuldades técnicas. No desespero, em 2008, desertou e passou o comando ao atual presidente, quando o Rubro-Negro estava para ser rebaixado e só escapou da desgraça porque Petraglia foi embora, abandonou o Atlético em situação gravíssima e só voltou à cena na eleição que formalmente o sucedeu.

Apostou em Malucelli, sob condições, como cuidar dos negócios internacionais de jogadores e de ser o administrador dos assuntos da Copa do Mundo, uma sedução para quem gosta de mexer com negócios e dinheiro. Malucelli empossado, passou a exercer na plenitude suas funções. Petraglia não gostou. Imaginou que teria no novo presidente um fantoche e que o comando verdadeiro do Atlético seria dele, Petraglia. Deu um tiro no pé. Como não gosta de ficar no ostracismo, passou a azucrinar a vida do novo presidente. Comportamento de verdadeiro inimigo também da instituição, minando a vida íntima do Atlético, até chegar à situação de hoje, conflituosa e desmoralizante.

Brado coxa-branca

Ontem, ao iniciar a elaboração desta coluna, fui honrado com uma ligação telefônica do mestre e estimado amigo René Dotti. Inconformado com a situação caótica do Atlético, o ilustre jurista e torcedor do Coritiba invocou o pai, Gabriel Dotti, torcedor ardoroso do Atlético. Relembrou jogos entre Atlético e Coritiba sempre vistos com o pai ao lado, nos antigos estádios dos dois clubes, com respeito mútuo e vivendo o romantismo que marcou o futebol do Paraná no passado.

Triste com a situação de hoje do Atlético, René Dotti, em homenagem ao falecido pai, sugere paz aos rubro-negros, merecedores de calmaria e não de beligerância. O brado de um coxa-branca da estatura moral e intelectual do prof. Dotti precisa ser ouvido e acatado. Dotti também menciona o respeito que nutre por tantos atleticanos e pelo estado do Paraná.

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