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Os olhos molhados pelas lágrimas da emoção incontida. O coração com batimentos alimentados pela esperança de ser campeão. Os erros e equívocos em jogo de extrema necessidade de acertar. O Coritiba mudou o jeito de jogar quando deveria repetir a fórmula consagrada neste ano.

Édson Bastos falhou quando deveria ser, como em tantas vezes, o melhor do jogo. O sonho desmoronou diante dos olhares aflitos e atentos de mais de trinta mil pessoas.

Uma vitória que mostra a contradição das grandes decisões. O Coritiba ganhou, mas não foi o coroado pelos deuses do futebol. Faltou um gol, só mais um, no jogo em que a bola chegou às redes cinco vezes. O Vasco é o vencedor da Copa do Brasil. O Coritiba não ganhou o título, mas merece o reconhecimento de todos os paranaenses.

Mobilização

Poucas vezes vi tanto alvoroço em Curitiba como on­­tem. A decisão da Copa do Brasil mobilizou todas as torcidas. Evidente que a mais agitada foi a do Coritiba, desfilando desde cedo com camisas, gorros e bandeiras do Alviverde.

Os atleticanos se dividiram. A rádio CBN fez uma pesquisa com ouvintes revelando sua preferência. Parece incrível, mas muitos atleticanos, invocando o paranismo, declararam apoio ao Cori­­tiba, inclusive o chefão da torcida organizada "Os Faná­­ticos", Julião da Caveira, sob o ar­­gumento de que torcer contra o Vasco seria aplicar uma lição na Rede Globo por marcar jogos noturnos depois da novela. Foi contestado, claro, até chamado de traidor por al­­guns simpatizantes mais radicais do Rubro-Negro.

Os paranistas ouvidos, todos, disseram preferir o Cori­­tiba campeão da Copa Brasil. Os brasileiros de outros estados, com exceção evidente dos respeitáveis ca­­riocas, manifestaram seu apoio ao campeão paranaense.

A capacidade de penetrar no íntimo das pessoas, fazendo ferver o sentimento da emoção, só o futebol consegue. Nem a política ou outro assunto provoca tanta sensação. A importantíssima escolha da senadora paranaense Gleisi Hoffmann para relevante função no governo da União repercutiu na classe política e nas lideranças empresariais. O povão queria mesmo é saber de futebol. Claro que não foi o que manifestou este colunista. Gleisi, ministra da Casa Civil da Presidência da Repú­­bli­­ca, é honrosa para o Para­­ná e paranaenses.

E como foi gostoso ouvir a senhora simpática e bo­­nita enaltecer tantas vezes em seu discurso sua origem paranaense. Con­­sidero fantástico quem valoriza o berço de nascimento.

Por esta razão, sempre que um clube de futebol do Paraná estiver disputando qualquer competição nacional, estarei torcendo com o apego que gosto de cultivar por tudo que é nosso. Festejar nossas vitórias, independentemente de cores clubísticas ou partidarismo político, é muito le­­gal. Assim se faz o nosso Paraná.

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