Não temos a figura do lance. E nem podemos culpar o fotógrafo. Na metade dos anos 90, câmera digital era coisa do ano 2000 bem diferente dos tempos atuais. E depois, primordialmente, por se tratar de um lance raro. Não é todo dia que se mete uma bike. Mas naquele dia 11 de maio de 1996 verificou-se o fenômeno do chute dado de ponta cabeça, a manobra mais arriscada do futebol. Aplicado lá do alto, por Pachequinho. E antes de tratarmos do gol de bicicleta enquanto "arte plástica", falemos do Formiga Atômica do Coxa.
Eriélton Carlos Pacheco foi um atacante que brilhou no Alto da Glória durante os anos 90. Como o apelido e o diminutivo entregam, era baixinho, mas o que lhe faltava de "verticalidade" sobrava em categoria. Infelizmente, não teve o futuro que se esperava, judiado pelas lesões.
Era uma tarde de sábado do ano em que o Alviverde voltou para a Primeira Divisão. O confronto, no entanto, era válido pelo Paranaense, contra o valoroso Rio Branco de Paranaguá, no Couto. O rústico placar no topo da curva dos fundos ainda não havia sido acionado. Eis que o improvável aconteceu. Fuzuê na área dos visitantes. Bola erguida na direção de Pachequinho. O jogador retrocede alguns passos e projeta toda a sua pequenez no ar, com notável desenvoltura. O chute sai certeiro. Bola no canto esquerdo da representação praiana: 1 a 0 pro Cori. Mais tarde, o placar seria reforçado com mais um gol de Pachequinho, de cabeça, mas este não entrou para a história.
O que acontecia na época
Em 1996 foram comemorados os 100 anos da Era Moderna das Olimpíadas, com a disputa em Atlanta. O lendário boxeador americano Muhammad Ali (foto) acendeu a pira olímpica.
Também neste ano, o Metallica lançou o álbum Load, enterrando o passado de metal pesado, camisas pretas, tênis Pony, cabeleiras balançantes e guitarras com chifres. Ainda no campo cultural, chegou aos cinemas a obra-prima Independence Day, filme em que o presidente dos EUA, vivido por Bill Pullman, livra o planeta dos extraterrestres.
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