Serginho Brasília aperta a mão de Levir Culpi| Foto: João Bruchz/ Gazeta do Povo
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O Paraná, que se prepara para tentar voltar à Primeira Divisão após longas seis temporadas seguidas na Série B, era estreante na elite nacional há 20 anos. Na verdade, uma "elite". As aspas são culpa do regulamento de 1993, um verdadeiro Bebê de Rosemary da história do futebol brasileiro.

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Naquela temporada, a Série A foi aumentada de 20 para 32 times, numa manobra que favoreceu o Grêmio, que estava na Série B e acabou subindo. A divisão dos quatro grupos de oito foi desigual. No A e no B, os times do Clube dos 13 e Bragantino, Sport e Guarani jogavam por seis vagas na segunda fase e estavam imunes ao rebaixamento.

Nos grupos C e D, os times jogavam por duas vagas na fase seguinte e caíam quatro de cada chave. A segregação ficava bem visível quando se via o Paraná, então campeão da Série B no Grupo D e o Grêmio, apenas o nono colocado da última Segundona, no B, livre da degola.

Injustiçado pela manobra, o Paraná estreou com derrota fora de casa para o América-MG, 3 a 1. Mas na sua estreia em casa na Série A, no dia 12 de setembro de 1993, contra a Desportiva Ferroviária-ES, precisava de vitória para não dar de cara com o fantasma do rebaixamento logo de cara.

A Vila Capanema, que tinha gerais liberadas naquele tempo, mas não possuía a Curva Norte, recebeu um público de pouco mais de 3 mil pessoas, e o time da casa não decepcionou.

Então vamos ao massacre. Serginho Brasília, atacante de minguada lembrança, fez o primeiro aos 15 e foi comemorar com o técnico Levir Culpi, que apesar de uma passagem pelo Inter em 1990, ainda era um técnico emergente no futebol brasileiro.

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O segundo veio com Gralak e sua patada atômica, só menos poderosa que o arremesso lateral, na cobrança de pênalti. Luís Américo colaborou logo em seguida. Aí foi a vez de Serginho Brasília se machucar e dar lugar a outro estreante Davi, que meteu o quarto. Isso tudo no primeiro tempo.

O Tricolor segurou um pouco na segunda etapa, mas aumentou com Toto, reforço vindo do Cruzeiro, clube no qual perdia espaço para um tal Ronaldo. Então foi a vez do zagueiro Marcão fazer estatística: um gol a favor e um contra. Placar final de 6 a 1 e um pouco de moral na missão, depois cumprida, de se garantir na elite de verdade.