Matosas comemora lendário gol na Estradinha| Foto: Arquivo / Luis Carlos Matosas Sidcley / Gazeta do Povo

Atlético e Rio Branco se enfrentam hoje, às 16 horas, pela primeira rodada do returno, em Paranaguá. Combate agendado para o Caranguejão, estádio municipal que, convenhamos, de bom só tem o apelido. Legal mesmo era a velha Estradinha, onde até o Mefistófeles se escondia do sol nas tardes de domingo.

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Menos mal, há a promessa de reabertura do Nelson Medrado Dias para este Paranaense ainda. Enquanto isso não ocorre, é tempo de mergulhar no passado e relembrar uma das melhores passagens da praça esportiva, daquelas que todo mundo jura ter testemunhado: o golaço de Matosas em 1996.

Dia 28 de abril e rubro-negros e alvirrubros disputavam o Estadual. O Furacão vivia a sua Era de Aquário e dispunha de Oséas e Paulo Rink, a dupla de ataque mais pop a passar pela Baixada. Naquele compromisso, entretanto, o Gullit baiano ficou de fora.

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Vamos ao jogo de Paranaguá.

Valdir Festugato sopra o apito e inicia o duelo na Estradinha castigada por uma chuva "ensurdecedora". Não demora nada e logo se dá a maravilha. Acompanhe, nas linhas abaixo, um dos gols mais extravagantes do futebol desde o desembarque de Charles Miller no Brasil.

Dezessete minutos corridos, bola dominada na intermediária portuária defensiva. Matosas parte na captura do adversário e comete uma leve "charge". A esfera espirra na direção da meta local e o uruguaio, desequilibrado pelo contato, lança mão de uma cambalhota.

Farejando o perigo, o zagueiro vem decidido a rechaçar o ataque. Neste momento é verificado o segundo dos três movimentos artísticos do gol. O petardo do riobranquista acaba por se chocar ao glúteo do atleticano, mantendo o sentido e se oferecendo para o arremate.

Os fãs do jaqueta 10 afirmam que, na verdade, Matosas matou a bola na nádega, contraindo a porção esquerda do órgão para aprumar a pelota para o arremate. Especulações que carecem de confirmação.

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O fato é que, na sequência, a criança freia no terreno off-road da cidade mais antiga do Paraná. O meia-cancha se aproxima e com um leve toque, de alta categoria, como se calçasse um mocassim branco com franjas, encobre inapelavelmente o goleiro Claudinei. Um gol sensacional, misturando classe e "huevos", de Christian Gustavo Matosas Paidón.

O Rio Branco ainda viraria o marcador, com Donizete, Herminho e Jatobá, e o Atlético empataria com Paulo Rink e Sidcley, fechando em 3 a 3. Mas esses outros cinco gols não entraram para a história.

O que acontecia na época...

Naquele mês, era apresentado o projeto do Estação Plaza Show, orçado em US$ 40 milhões. Uma nova tendência em entretenimento para revitalizar a região no centro de Curitiba. No cenário nacional, Paulo Maluf anunciava que disputaria as próximas eleições nacionais. 1996 foi também o ano da Olimpíada de Atlanta, nos Estados Unidos, palco de mais uma das inúmeras participações patéticas do futebol brasileiro nos Jogos.

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