Furacão todo de branco, sem patrocínio, apenas o escudo na camisa: pura elegância com Djalma| Foto:
Zé Roberto disputa jogada com a zaga do Inter
CARREGANDO :)

Rivais por uma vaga entre os quatro melhores da Copa do Brasil, Atlético e Internacional protagonizaram confronto igualmente memorável há exatos, acredite, exatos 45 anos.

Sim, existia futebol nessa época. Embora muita gente duvide, o esporte não começou com o advento das "arenas", das transmissões da Uefa Champions League, dos videogames, dos fantasys, das "chamadas redes sociais", enfim, da captura da bola pelos bumbuns de veludo e a transformação do escrete em mero entretenimento.

Publicidade

Era 29 de setembro de 1968 e o Furacão causava tão ou mais comoção na oportunidade do que nos dias atuais, com a reviravolta que nem o torcedor mais fanático por filmes de suspense poderia supor.

Pelo Roberto Gomes Pedrosa – o proto-Brasileirão – o Furacão havia empatado com o São Paulo (quando um tal de Sicupira marcou um gol de bicicleta na estreia), vencido a máquina do Santos (3 a 2), o Fluminense (3 a 1) e sido batido pelo Botafogo (1 a 0).

O Colorado era o adversário da vez naquele domingo. E na Vila Capanema o Rubro-Negro entrou disfarçado, todo de branco: camisa com o velho escudo, calções e meiões. Nenhum patrocínio, marca de fornecedor esportivo, design invocado – Djalma Santos era o significado da elegância.

Bola rolando no Durival Britto – sede da Copa do Mundo apenas 18 anos antes – e logo aos 15 minutos, Dorval (sim, aquele do Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, no Santos) cruzou para Paulista inaugurar o placar da Reta do Relógio para o Atlético.

O segundo gol viria somente ao final do tempo. Com 44, Madureira fuzilou, a bola bateu na base do poste e o goleiro tentou salvar, mas o árbitro José Luiz Barreto assinalou o tento: 2 a 0.

Publicidade

Fim da etapa, os escretes desceram o túnel e voltaram renovados pelo Gatorade de antigamente. Bola rolando novamente e os colorados apertaram, Carlitos se antecipou a Nilo e venceu Célio.

Mas ficou por aí. Em seguida, pênalti em Zé Roberto, a Gazela, o maior craque da história do futebol araucariano (é o que dizem). O gênio-gangsta cobrou com a categoria costumeira, exibida nos gramados e nas boites, e sacramentou o 3 a 1.