O que acontecia na época
1995 foi o último ano de Nigel Mansell (foto acima) pilotando um carro de Fórmula 1. O britânico campeão mundial em 92, vilão preferido de Galvão Bueno no início da década e alvo preferencial das sacanagens de Nelson Piquet, correu a temporada derradeira pela McLaren, após retornar ao circuito no ano anterior conduzindo uma Williams.
Em janeiro, aconteceu o último show da Legião Urbana, a banda "cover" da britânica The Smiths mais bem-sucedida de todos os tempos.
Era uma vez um estádio batizado Nelson Medrado Dias, situado à Alameda Coronel Elísio Pereira, 933, na popular Estradinha, em Paranaguá. Erguido em 1925 quando a bola ainda era para a maioria um troço místico e aparentemente incontrolável não demorou muito para tornar-se uma cancha lendária. Superar o Rio Branco e o calor não era tarefa para os fracos.
E aquele Paraná do Estadual de 1995, definitivamente, fugia do convencional. Com a jaqueta 1, Régis. Os baianos Gil e Edinho formavam uma defesa da moléstia. E, lá na frente, estava ele: Saulo, o Tigre da Vila. Se não bastasse, o Tricolor dispunha ainda de Mirandinha, ponta-direita mais rápido do que o raciocínio. Com um conjunto desses, liderado por Otacílio "Chapinha" Gonçalves, não foi surpresa constatar, ao término do confronto, o final dos dois anos de invencibilidade do Leão em seus domínios.
Denílson abriu o marcador com um chute potente que foi escapando do alcance do goleiro Claudinei até estufar o barbante. Os donos da casa empataram em seguida, com Marcelo Araxá. O empate parecia indicar que, como de costume, os visitantes sucumbiriam ao bafo quente da praça esportiva e o futebol caiçara do Rio Branco. Mas os paranistas contavam com Edinho, o Baiano, criado nas altas temperaturas de Senhor do Bonfim. E o mesmo, esperto após o arremate de Paulo Miranda, não desperdiçou a sobra: 2 a 1 e vitória tricolor.