Afora a laranja, há alguma fruta mais humilde do que a banana?
Pelo menos aqui no Brasil, não.
Por ser mole, muita gente chama de "banana" um sujeito que não é muito ativo ou que não assume posições. Mais que isso, o menosprezo tem uma conotação política, pois os países produtores de banana, muitos dos quais se localizam na América Central, não se desenvolveram a contento.
Banana Republic sempre foi uma expressão depreciativa e mesmo a cadeia americana de lojas que tem esse nome celebrizou-se por vestuário exótico e descolado.
Mas bem que a banana merecia melhor sorte. Não dispenso a minha bananinha diária, fruta rica em glicídios e facilmente digerível para ajudar na composição vitamínica.
Em Bananas, o talento de Woody Allen forjou uma cena antológica: o registro ao vivo pela TV de mais um golpe de Estado numa republiqueta qualquer deste triste continente, com o previsível assassinato do ditador de plantão.
Voz grave, exatos decibéis denunciando o equilíbrio possível em momentos de aguda tensão, o locutor avisa que a trama esta próxima do seu desfecho e que o homem que começa a descer as escadarias do palácio vai morrer. A televisão, onisciente e onipresente, incorporava a transmissão direta da morte anunciada.
O filme, de 1971, não demoraria a transformar-se em mais uma vítima dos frequentes atropelamentos da ficção pela realidade. Meses depois de se divertir com a sátira de Woody Allen, milhões de americanos descobriram, com justificado horror, que a evolução tecnológica permitia à tevê exibir, ao vivo e em cores, o cenário ensanguentado do Vietnã.
A banalização da guerra pelo desenvolvimento dos meios de comunicação resulta no progressivo extermínio dos vestígios de romantismo que suavizavam filmes antigos focalizando as duas grandes guerras mundiais. Já não há, por exemplo, trincheiras atulhadas de soldados exaustos que esperam cartas de parentes, amigos e namoradas. Hoje, alojados em acampamentos menos ásperos, os combatentes conversam com a família pelo celular ou pela internet.
Estamos cada vez mais modernos e, no entanto, cada vez mais próximos das cavernas das quais parecíamos ter-nos livrado no dia em que foi derrubado o Muro de Berlim.
Pelo trabalho da sua gente o Brasil tornou-se uma potência econômica considerável, porém alguns ainda insistem com praticas que não combinam com o respeito aos direitos humanos.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acertou ao reivindicar da Fifa uma cota de ingressos nos jogos da Copa em favor dos índios, sobretudo em cidades como Cuiabá e Manaus, mas decepcionou ao solidarizar-se com a ditadura da Coreia do Norte na morte do ditador Kim Jong-il.
Quem demonstra sensibilidade com as comunidades indígenas, desconcerta ao apoiar o regime comunista que, há décadas, escraviza a população norte-coreana.
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