Em maio de 1995, ao assumir a presidência do Atlético, Mário Celso Petraglia procurou a diretoria do Paraná propondo uma fusão.
O raciocínio do dirigente atleticano era simples: sonhava construir o maior clube do futebol paranaense, mas ganharia tempo se conseguisse uma aliança com o Paraná que possuía três estádios Vila Capanema, Boqueirão e Guabirotuba e três sedes sociais Kennedy (no Guaíra), Tarumã e Quatro Barras.
Na fusão, o novo clube pularia de 22 mil sócios marca do Paraná na época para 50 mil e, consequentemente, haveria necessidade de um estádio bem maior para abrigar tanta gente.
Na parte técnica, o Paraná estava na Série A e o Atlético na B, o que evitaria a luta pelo acesso. O projeto incluía a formação de um supertime para disputar o título nacional logo no primeiro ano e iniciar ousados voos no plano internacional.
Não se discutiu o nome do novo clube e muito menos as cores da camisa, já que eram bem semelhantes entre os dois.
A reunião aconteceu na sede da empresa de automóveis do conselheiro pinheirense Erondy Silvério e contou com a presença de seis representantes de cada clube. Do lado paranista, três oriundos do Colorado e três remanescentes do Pinheiros. Os azuis concordaram com a união, os vermelhos, não.
Hoje o Paraná anda numa pindaíba daquelas, patinando na Série B e sem perspectivas sociais e esportivas, enquanto o Atlético conta com 26 mil sócios, prepara-se para concluir a Arena da Baixada para a Copa do Mundo, possui um dos melhores centros de treinamentos do país e é o nosso único representante na Série A.
Exemplo pronto e acabado de como a vida dá voltas, especialmente no caso dos dois times que trilharam caminhos opostos.
Rodada: O Paraná receberá o Náutico e necessita vencer para recuperar o terreno perdido após a Copa do Mundo. Porém, com os atrasos salariais e o ambiente carregado, a impressão que passa em Vila Capanema é de que os jogadores perderam a alegria de jogar.
Isso significa mais trabalho ao operoso técnico Marcelo Oliveira na tentativa de reanimar o elenco e conscientizá-lo da importância para a carreira de cada atleta o resultado final desta campanha.
O Atlético tentará quebrar incomodo tabu de não se apresentar bem e, invariavelmente, perder as partidas que disputa no Maracanã.
A última vez que o Furacão saiu-se bem no velho templo, se não me falha a memória, foi em uma vitória sobre o Fluminense na campanha de 2004 um jogo com soberbas atuações de Jádson, Fernandinho, Washington e outros.