Mesmo com o desinteresse geral dos torcedores brasileiros em torno dos campeonatos estaduais o clássico semifinal entre São Paulo e Corinthians, pelo badalado Campeonato Paulista, não chegou a 30 mil espectadores enquanto o mesmo Morumbi recebeu o dobro de público três dias antes, na partida do Tricolor com o Atlético Mineiro pela Libertadores tudo será decidido entre Coritiba e Atlético no domingo. Conheceremos o campeão de fato. E tem tudo para ser o Coritiba, pela quarta vez consecutiva, já que atuará em seus domínios, com a maioria da torcida presente ao seu lado, gramado em melhores condições e jogando pelo empate para chegar ao título.
Resta saber como será o comportamento tático-técnico da equipe que não se houve bem nos dois últimos confrontos diante do sub-23 rubro-negro.
A inconsequente reação pública assumida pelo canhestro zagueiro Escudero indica que muita coisa terá de ser feita pelo treinador Marquinhos Santos no plano psicológico e estratégico até domingo. Do lado atleticano, provavelmente apenas a manutenção do espírito de luta dos garotos e o mesmo estilo de atuação, apenas com um pouco mais de exercício no fundamento do contra-ataque.
Revolução
Desembarcado do longo período de liderança na Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz juntou-se ao triste grupo de cartolas caídos em desgraça, contando com a complacência da Fifa, que também aceitou as renúncias dos brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira. Tremendamente melancólica foi a forma sorrateira com que o histórico dirigente João Havelange abdicou ao título de presidente de honra da Fifa. Ascendeu ao comando da Conmebol o uruguaio Eugenio Figueiredo, que chegou cheio de ideias: deseja propor o enxugamento da Libertadores e mudanças no sistema das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.
Trata-se de uma revolução, tendo em vista a feira livre em que se transformou a Libertadores nas asas da politicagem predominante nestes tristes trópicos. Com 38 participantes caiu naturalmente o padrão técnico do maior torneio continental, desabando o nível das arbitragens e aumentando consideravelmente os incidentes entre jogadores, dirigentes e torcedores em muitas partidas.
Tem muito clube sem tradição futebolística; cidades com reduzida estrutura de aeroportos, estradas e hotéis; poucos estádios à altura de responder pela segurança do público e conforto dos atletas e muito menos gabarito técnico de diversos times para tomar parte de uma competição desta envergadura.
A instituição de eliminatórias internas em cada país, na proposta de apenas 20 clubes na fase final, pode significar a recuperação do charme perdido da Libertadores, da mesma forma que os jogos eliminatórios da Copa carecem de maior motivação para o torcedor.
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