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A cada semana aumenta a pressão por mudanças na estrutura do futebol brasileiro. Não me refiro à manifestação de Emerson Sheik, do Botafogo, que após ser expulso de campo acusou a entidade pelo baixíssimo nível da arbitragem nacional, pois se trata de jogador acostumado a se envolver em situações polêmicas, mas, sim, ao clima negativo que se estabeleceu nas relações entre treinadores, jogadores e árbitros com farta exposição nas tevês.

Pelo excesso de equívocos dos juízes e auxiliares, espertamente os técnicos passaram a dividir com eles as responsabilidades pelos maus resultados e a conhecida indisciplina do atleta brasileiro fechou o círculo que ajuda a diminuir o interesse do torcedor-espectador pelo futebol praticado ultimamente.

Mas a CBF está sob ataque também em relação às inconvenientes convocações da seleção privando os clubes de seus melhores jogadores em algumas partidas, ao contrário da Europa que suspende as rodadas dos campeonatos nacionais quando há reserva da chamada "Data Fifa". Como o calendário do futebol brasileiro está defasado e, exatamente por isso o movimento Bom Senso FC conquista cada vez mais adeptos, são inevitáveis as críticas aos dirigentes. Mas tem mais: a Fifa exige que os cartolas devolvam os relógios de luxo dados pela CBF como presentes durante a Copa do Mundo, sob ameaça de abrir processo legal.

E tem um pouco mais ainda, só que em maio, no clima primaveril europeu, quando a Câmara Decisória do Comitê de Ética da Fifa, órgão encarregado de investigar e julgar a denúncia de manipulação de votos nas eleições para a escolha das sedes dos dois próximos mundiais: Rússia, em 2018 e Catar, em 2022. O intrépido Ricardo Teixeira esta sendo investigado entre os possíveis implicados no processo.

Noite sem paz

Em vez de a CBF, Grêmio e Santos aproveitarem a oportunidade de novo jogo com a presença de Aranha diante da torcida gremista e promoverem uma noite de celebração da paz e o repúdio ao racismo, o que se viu foram novas manifestações agressivas do público contra o goleiro santista. Como a norma que estabelece as sanções em decorrência de infrações disciplinares desportivas – o Código Brasileiro de Justiça Desportiva – adotou o modelo da responsabilidade objetiva, significa que os clubes respondem pelos atos de seus torcedores, independentemente de terem contribuído para o cometimento da infração.

Além de vender cadeiras e produtos, agora os clubes devem ensinar o público a se comportar nas novas arenas que, pela ausência de alambrados e fossos, podem trazer muitas complicações pela incivilidade de alguns nos estádios de futebol. É preciso identificar individualmente os verdadeiros infratores para que os clubes não paguem a conta solidariamente.

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