Os principais times disputam o descontraído e paupérrimo Campeonato Paranaense quando, na calada da noite, sai a tabela de jogos do Campeonato Brasileiro.
Os ponteiros pararam na Vila Capanema, Alto da Glória e Arena da Baixada. O tempo parou. Houve um choque de realidade.
Não mais Engenheiro Beltrão, Nacional, Serrano e outros, mas a nata do futebol brasileiro que se descortinou na apreciação do calendário que se encerrará em dezembro.
O choque de realidade parece ter sido maior no Atlético, tanto que a diretoria tratou de demitir o técnico Antônio Lopes antes que fosse tarde demais. Se fisicamente a pré-temporada foi positiva, com o bom condicionamento dos atletas, no plano técnico e, sobretudo, tático, foi um completo desastre.
Lopes avaliou mal o potencial do elenco e acabou desconfiado do próprio time ao perceber que não possuía boas alternativas para montar a meia-cancha no Atletiba. Sem Tartá e com Alex Sandro vendido antes da hora, ele optou pelo esforçado e, reconhecidamente, limitado Chico que compôs o mesmo meio de campo que quase levou o Rubro-Negro ao rebaixamento nos últimos anos: Valencia, Alan Bahia, Chico e Netinho. Os três primeiros não sabem apoiar e Netinho só consegue ser eficiente nas bolas paradas, pois é incapaz de acertar passes longos ou organizar o setor. Alan Bahia merece especial atenção, já que se trata de um "artilheiro", só que parece não participar do conjunto diante de sua omissão estratégica em quase todos os jogos.
Com isso, a batelada de atacantes contratados segue isolada sem receber bolas à feição, tendo em vista a inexistência criativa da meia-cancha e a indigência técnica dos alas disponíveis.
Olhando a tabela e acompanhando o nível dos concorrentes, dá para dizer que o Furacão já estreia no rebolo, atrás dos 12 grandes o Palmeiras deve recuperar-se no médio prazo e lidando com Goiás, Vitória e outros na zona intermediária.
Segundona
Qualquer exame que se faça em torno das possibilidades de o Coritiba realizar campanha satisfatória passa, obrigatoriamente, pelo julgamento do recurso, amanhã, no STJD.
Antes de qualquer coisa é preciso saber quantas partidas o Coxa terá de jogar fora de casa.
Atuou bem no clássico e merecia ter vencido.
O Paraná terá, primeiro, de consertar o gramado da Vila Capanema, senão nada feito.
O técnico Marcelo Oliveira está fazendo o que pode diante das dramáticas circunstâncias do clube.
A disputa pelas quatro vagas na Primeira Divisão será pior do que briga de foice no escuro: além dos dois representantes paranaenses, devemos prestar atenção nos pernambucanos, Náutico e Sport; no catarinense Figueirense; no mineiro América; no goiano Vila Nova; no Bahia e na armada paulista, com destaque a Santo André, Ponte Preta, Portuguesa e São Caetano.