Mesmo em estádio neutro, com pouco mais de 6 mil pessoas presentes e dentro de um campeonato sem grande apelo popular, o Atletiba manteve as suas mais caras tradições. Tanto no bom quanto no mau sentido, pois se o jogo foi bem disputado, com muitos gols e a vibração dos torcedores vitoriosos, também se registraram lamentáveis ocorrências policiais, inclusive com a prisão de um torcedor do Coritiba com uma espécie de bomba caseira semelhante à que foi usada nos atentados terroristas da Maratona de Boston. Fiquemos com o lado positivo do clássico e os ecos que ele deixou de ambos os lados.
Na parte atleticana, quase euforia diante da repetição de um triunfo do time suplente sobre o principal do velho adversário o mesmo ocorreu no campeonato estadual de 2005 quando a formação titular do Furacão estava envolvida com a fase final da Libertadores e os reservas venceram por 1 a 0, na Arena da Baixada e a constatação de que muitos jogadores da categoria sub-23 mostraram potencial técnico para promissoras carreiras.
No lado coritibano, a decepção pelo baixo rendimento da equipe considerada favorita para a conquista do título. O Coxa continua favorito e tem tudo para tornar-se tetracampeão, porém é aconselhável os dirigentes e a comissão-técnica promoverem uma boa avaliação do elenco, afinal o título do turno foi ganho sem muita empolgação e no returno o time levou um passeio do Paraná e dos garotos atleticanos. Alguma coisa anda errada no Alto da Glória.
Calendário oficial
O maior problema do futebol brasileiro é o atual calendário organizado pela CBF, que contemplou excessivo número de datas para os desinteressantes e deficitários campeonatos estaduais e não previu, como sempre, os prejuízos causados aos principais clubes nas convocações da seleção para os seus inúmeros amistosos caça-níqueis.
Pois agora o ministro Aldo Rebelo, claramente desgostoso com algumas atitudes do presidente José Maria Marín, fora o desgaste sofrido pelo passado político do presidente da CBF, colocou a máquina do Ministério do Esporte em funcionamento para mudar o formato do calendário.
O projeto prevê a adaptação do planejamento nacional ao modelo europeu, no qual as competições começam em agosto e findam em maio. O principal ponto a ser atacado pelo governo é a ampliação do período da pré-temporada e tudo será discutido com clubes, federações e a CBF para ser viabilizado.
Será uma grande oportunidade para o futebol brasileiro entrar, definitivamente, no Primeiro Mundo da bola e destinar os campeonatos estaduais para os pequenos clubes, que teriam calendário durante o ano inteiro, oferecendo aos grandes a opção de disputá-los com suas equipes suplentes. É imprescindível reduzir o número de jogos por temporada.