Enigma atleticano

Depois de 13 jogos de invencibilidade, veio a derrota. E chegou o momento de o comando atleticano administrar os desafios que se apresentarão no futuro. Ou, por outra, acabou o mito da vantagem do preparo físico sobre os adversários, que começaram a exigir mais talento e inspiração do Furacão, para que ele mostre capacidade técnica de continuar figurando entre os primeiros colocados.

Sem contar com ala-esquerdo à altura das necessidades e com pouca criatividade na meia-cancha – três volantes marcadores e apenas Everton para encarar a qualificada meia-cancha do Cruzeiro –, o ataque feneceu, tanto que o artilheiro Éderson não recebeu uma única bola à feição para finalizar.

Mesmo sem ser brilhante, o Cruzeiro foi superior e mereceu vencer. Quando tentou reagir no segundo tempo, Vagner Mancini trocou os atacantes, mas o drama estava mesmo localizado no meio de campo, setor sem melhores alternativas pela singeleza técnica do elenco atleticano. O enigma é descobrir se o time do Atlético conseguirá manter-se até o final entre os classificados para a Libertadores.

O Salvador

Jogando mal novamente, sobretudo no primeiro tempo, o Coritiba evitou a derrota outra vez com gol de Alex nos acréscimos. A equipe voltou a mostrar antigos problemas, com realce ao setor esquerdo da defesa, onde até o desengonçado Escudero jogou improvisado em partidas anteriores. Ontem, o treinador escalou Diogo, que não suportou as vaias do público e foi substituído por Iberbia, um pouco melhor. Dominado pelo Bahia, que chegou a abrir 2 a 0 no placar, o Coxa tentou a reação mesmo de forma desorganizada, na base da pressão, tirando proveito da fragilidade defensiva dos visitantes.

Diminuindo o escore em gol contra, o empate surgiu nos instantes finais quando Julio César aproveitou o rebote do goleiro e centrou para a área, encontrando Alex que, de costas para o arco, concluiu com sucesso, aplicando memorável puxeta e ampliando seu vasto repertório de gols. Não fosse a arte do salvador Alex, o Coritiba teria sofrido revés em casa.

Crise permanente

O presidente do Paraná vai ao vestiário, discursa e faz promessas de pagamentos em dia; o técnico do Paraná trabalha para manter a motivação do grupo, tenta assegurar o padrão de jogo e procura explicações para a queda de produção do time. Em permanente crise financeira, o torcedor começa a sentir que os esforços não têm sido suficientes para manter o Tricolor na rota da classificação.

As duas más apresentações, nas derrotas para o São Caetano e o Oeste, foram explicadas por Dado Cavalcanti, mas a gordura entre o Paraná e o seus mais próximos perseguidores precisa ser preservada a qualquer custo nas próximas rodadas. Amanhã, frente ao Paysandu, será vencer ou vencer.