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Na véspera da mais desgastante eleição da história, o Atlé­­tico nunca mais será o mesmo. O racha po­­­lí­­­tico tornou-se irreversível dian­­te de tantas denúncias e acusações, sendo que algumas chocaram o torcedor e devem ter deixado o associado muito preocupado com o futuro do Furacão.

Na realidade o clube está pa­­gando o preço do gigantismo e dos múltiplos interesses em jogo, pois no tempo em que era um simples time de futebol, com a precariedade do antigo Estádio Joaquim Américo e a inexistência de um planejamento estratégico, os abnegados que carregavam nas costas os problemas eram obrigados a correr atrás de alguém que se dispusesse a assumir o clube.

Não raras foram as vezes em que o presidente eleito assumiu e, ao tomar conhecimento da gravidade da situação, renunciou ou passou o cargo para o vice ou algum herói de plantão. Foram décadas de vacas ma­­gras, raros títulos, mas de muito amor, sacrifício, união e dedicação pela causa.

O tempo passou, veio a virada de 1995 com Mario Celso Petraglia, e o Atlético tomou jeito na vida. Hoje, com o admirável patrimônio que ostenta, vasto quadro social e projeto de expansão como um dos cenários escolhidos para a Copa, os atleticanos se orgulham e só lamentam a crônica incapacidade dos dirigentes na gestão do departamento de futebol profissional.

Pois foi exatamente do departamento de futebol profissional que surgiram denúncias que colocaram em xeque a lisura de diversas negociações de jogadores promovidas junto a clubes do exterior.

De tantas notícias ruins di­­vulgadas nos dias que antecedem a eleição, a única realmente boa foi a que anunciou o retorno do ex-presidente Marcus Coelho na condição de coordenador de futebol na chapa de Diogo Fadel Braz.

Trata-se de um personagem que marcou, luminosamente, a sua passagem pelo Furacão. Não só pela atuação política para recuperar o direito de o Atlético permanecer na Série A, em 1997, como no agitado episódio da CPI do Futebol, durante o qual teve comportamento exemplar e, sobretudo, na conquista do título de campeão brasileiro e do bi estadual em 2001.

A sua volta significaria uma injeção de experiência e racionalidade no deteriorado futebol atleticano. Decaído para a Série B e com poucas semanas para reestruturar a comissão técnica e o elenco a tempo de estrear com um time minimamente competitivo no Para­­naense, é preocupante a situação do futebol rubro-negro.

O eleitor de amanhã, tanto quanto o torcedor de sempre, está cansado desta sucessão re­­­cen­­­te de vexames. Vote consciente e não desanime, pois o A­­­tlé­­­­­tico é melhor do que tudo is­­­so que lemos e ouvimos nos últimos dias.

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