Começa um novo Campeonato Brasileiro, mas a impressão é de que quase todos os times andam exaustos e se arrastando pelos gramados. Tudo porque CBF, federações e clubes interpretam diversos papéis através de seus representantes, atores com papéis de maior ou menor importância no palco dessa tragicomédia que atende pelo nome de calendário do futebol brasileiro.

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Os campeonatos estaduais são uma verdadeira excrescência: não atraem o público em suas diversas e arrastadas etapas, significam prejuízo aos grandes clubes e não proporcionam rentabilidade aos pequenos, arbitragens desastrosas, campos ruins e nem mesmo a tradição dos clássicos consegue arrastar multidões aos estádios. Até o Paulistão fracassou com os telespectadores fugindo do futebol na tevê, tanto que a audiência das redes que transmitiram jogos do campeonato caiu 5,5% na comparação com o ano passado. E o Paulistão, com R$ 124,18 milhões, foi o Estadual que mais faturou segundo estudo da Brunoro Sports Business, seguido do Carioca com R$ 76,48 milhões. O Paranaense ficou em sexto lugar com apenas R$ 14,93 milhões de faturamento total.

Os times apresentam-se desfigurados pelo excesso de jogos nos chatíssimos campeonatos estaduais superpostos com as partidas da Libertadores e da Copa do Brasil. Sem esquecer, é claro, dos inoportunos amistosos da seleção brasileira que começarão a partir deste mês.

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O número exagerado de torneios e jogos banalizou o futebol como espetáculo, transformando-o, cada vez mais, em mero programa de tevê, concorrendo com atrações e pastelões de todos os gêneros. O futebol é atração quando o jogo tem apelo e reúne craques de verdade, virando pastelão na maioria das vezes diante da indigência técnica dos jogadores em campo.

Por isso, o Campeonato Brasileiro não causa o mesmo impacto do passado, quando era aguardado com expectativa, curtido com atenção e proporcionava elevados índices de audiência às emissoras de rádio e televisão. Hoje, em meio à enxurrada de jogos do meio de semana, a final europeia de ontem e a largada da Série B, teremos a primeira rodada do principal torneio do país.

Só que as principais equipes, envolvidas em partidas decisivas pela Libertadores, prometem colocar os reservas em campo. Nem mesmo Neymar, a maior estrela da companhia, vai jogar, pois com o fracasso diante do Vélez Sarsfield, em Buenos Aires, o Santos iniciará o campeonato com um time misto na Bahia. Corinthians e Fluminense, que seria o clássico da rodada, também será disputado com as equipes recheadas de reservas pelo mesmo motivo.

A motivação do Coritiba, nosso único representante na Série A, é de que fará a estreia com o Inter contando com todos os titulares em campo. Não deixa de ser um consolo para a torcida coxa-branca diante da magnitude da crise de gestão que se abate sobre o futebol do país.

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