O Coritiba chegou ao segundo tricampeonato ao vencer o Atlético nos pênaltis. Se a conquista dos dois primeiros títulos da série foram relativamente tranquilos, com destaque ao bi invicto, o tri foi dramático. No tempo corrido houve rigoroso equilíbrio, com os times mostrando disposição, porém sem inspiração e, sobretudo, com pouca presença ofensiva, tanto que os goleiros Rodolfo e Vanderlei foram pouco exigidos.
A supremacia territorial em campo foi dividida em partes bem distintas: o Atlético apresentou maior volume de jogo na etapa inicial e o Coritiba tomou conta do pedaço na etapa complementar. Entretanto, com os dois meios de campo pouco criativos, alguns jogadores mostrando até mesmo limitação técnica, e ataques inexpressivos, a partida encaminhou-se naturalmente para o empate sem gols.
O técnico Juan Carrasco, mais uma vez, foi infeliz na escalação do Furacão, pois se tivesse iniciado com o operoso Ligüera teria mantido o esquema ofensivo, conseguido a velocidade desejada e não queimaria uma substituição. Paulo Baier correu muito e criou pouco. Mesmo perdendo Tcheco aos 20 minutos e não contando com nenhum outro jogador criativo, o Coritiba equilibrou as ações e conseguiu crescer no segundo tempo. Graças, especialmente, à perda de fôlego dos atleticanos e o melhor rendimento dos alas Gil e Lucas Mendes.
Rafinha, que retornou após algum tempo inativo, não conseguiu jogar em nível elevado, o que também contribuiu para a baixa rotação do ataque. Marcelo Oliveira conseguiu manter a postura firme da defesa e da meia-cancha, porém sentiu novamente como é duro jogar sem atacantes com presença na área.
Juan Carrasco abriu a sua inesgotável caixa de inventos e corrigiu o equívoco da escalação inicial substituindo o esforçado Renan Teixeira pelo experiente Alan Bahia, que pouco acrescentou diante da completa ausência de uma estratégia ofensiva melhor organizada, com Guerrón e Edigar Junio isolados, distantes um do outro e, individualmente, perdendo todas as bolas disputadas.
A impressão geral que tive é que a partida foi travada, consequência da tensão provocada nos dias que antecederam o evento e, também, pela qualidade técnica mediana dos jogadores em ação. Faltou o craque, faltou aquele algo mais para sacudir a decisão e verdadeiramente arrebatar o torcedor no clássico.
Por falar em torcedor, foi um fracasso o movimento financeiro das finais: 8.500 pagantes na Vila Capanema e 23.500 no Alto da Glória. Será que a violência conseguiu tirar o antigo charme do Atletiba?
Pressionado de todas as formas, o jovem árbitro Adriano Milczuski apitou direitinho e saiu-se muito bem no trabalho.
Nos pênaltis, por pouco Vanderlei não defendeu o primeiro cobrado por Alan Bahia e garantiu o título com a defesa no peteleco desferido por Guerrón.
O Coritiba segue soberano no futebol paranaense.
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