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Durante a semana participei de reunião com estudantes e professores, em promoção desta Gazeta do Povo, no Teatro Paiol.

Foram duas agradáveis ho­­ras de conversa descontraída sobre vários aspectos do esporte, com destaque ao patriotismo de ocasião que domina os brasileiros em época de Copa do Mundo.

Questionado sobre o tema, expliquei que não se deve confundir patriotismo com nacionalismo e muito menos com paixão futebolística.

Para os povos de países que se envolveram em guerras, através dos séculos, com inúmeras perdas familiares ou de pessoas estimadas em cada novo conflito, o viés patriótico é muito mais intenso. Integra a profundidade dos problemas experimentados, dos dramas vividos e, sobretudo, os milhões de soldados perecidos em campos de batalha ou civis atingidos nas cidades atacadas.

É natural que populações de países invadidos ou conquistados no curso da história nutram o sentimento de nação mais profundo do que os que não tiveram esse tipo de experiência.

Para o Brasil, que se envolveu em poucos conflitos – para valer mesmo, tivemos a Guerra do Paraguai e a participação na Segunda Guerra Mundial –, o sentido de pátria e nação ficou um tanto difuso.

Felizmente temos o futebol como canal de expressão do nosso apreço pelos símbolos nacionais, todos expostos e cultuados durante o período de Copa do Mundo.

A Copa mexe com o orgulho nacional de uma forma impressionante. O patriotismo, ao nosso modo, fica à flor da pele, numa catarse coletiva sem precedentes.

O futebol atua como vaso comunicante entre as pessoas, despejando emoção nos preparativos que antecedem os jogos até a execução do hino nacional, que emociona e pressupõe uma batalha que mexe com os brios dos jogadores e da torcida.

Pela imprevisibilidade do jogo e pela natureza de grande talento dos nossos jogadores, o futebol possui uma aura má­­gica que encanta o povo brasileiro.

Novas emoções estão reservadas para amanhã, quando a seleção enfrentará o Chile. O Brasil tem tudo para se classificar às quartas de final.

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