Atlético, Coritiba e Paraná não têm em comum apenas o alívio da fuga do rebaixamento, sendo que o Coxa necessita somar mais alguns pontos para se garantir entre os grandes. Os rivais históricos também proporcionaram um festival de incompetência na gestão do futebol, provocando momentos de frustração, escárnio e desconfiança geral.

CARREGANDO :)

Trocando de treinadores sem critério ou errando na escolha de reforços, com realce a insólita aventura com Adriano Imperador, os dirigentes se fartaram de tantas bobagens. Ou não? Pelo andar da carruagem, parece que ainda não, pois seguem faceiros prometendo deus e o mundo para os sofridos e ingênuos torcedores.

Outro dia, um empresário gaúcho radicado há muitos anos em Curitiba – e que se declarou torcedor do Internacional de origem e do Atlético por opção– perguntou-me o motivo pelo qual o futebol paranaense é tão medíocre diante das possibilidades econômicas do estado e do potencial de Curitiba como uma das mais importantes capitais do país.

Publicidade

Expliquei as razões históricas conhecidas, as divisões culturais do Paraná, que não foi colonizado pelos paranaenses do Sul permitindo a influência dos paulistas e mineiros no Norte e dos gaúchos no Oeste, enfim os porquês que inibiram o crescimento popular dos times da capital no estado inteiro como acontece com a dupla Gre-Nal, ou com Cruzeiro e Atlético-MG. Os mineiros, aliás, através das últimas décadas, conseguiram se inserir no mesmo patamar dos grandes clubes do eixo-Rio-São Paulo.

Apesar do desenvolvimento econômico do estado ainda temos longo caminho a percorrer na política e no esporte. Sofremos com a ausência de lideranças políticas expressivas, como Ney Braga, por exemplo, contando apenas com alguns coadjuvantes e até mesmo personagens folclóricos no quadro nacional. Com o futebol ocorre a mesma coisa e os nossos dirigentes não se convencem disso, repetindo os mesmos erros e chegando ao final de cada ano com referências nada lisonjeiras na mídia do país.

O Atlético ensaiou espetacular reação chegando as finais da Copa de Brasil e voltando a disputar a Libertadores, mas teve uma recaída e viveu autêntica coleção de dissabores ao longo deste ano. Nem mesmo a nova Arena da Baixada foi suficiente para sacudir o torcedor desanimado com as atitudes da diretoria e decepcionado com o time.

Os salários atrasados, as contratações equivocadas de técnicos e jogadores e o desespero para fugir do rebaixamento assinalaram a temporada coxa-branca.

O Paraná vive o seu conhecido drama existencial, pois deixou de pertencer a primeira linha do futebol e ainda não se adaptou a nova realidade de clube intermediário que necessita encontrar caminho seguro para, com trabalho, tentar recuperar o lugar perdido. Os torcedores do trio esperam ter, um dia, a paciência premiada.

Publicidade

Dê sua opiniãoO que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.