O baixinho Éderson teve de ralar para conquistar a confiança do técnico Vagner Mancini e tornar-se titular no time do Atlético. Logo que surgiu nas primeiras rodadas deste campeonato, chamei atenção para preservá-lo em vez de desgastá-lo em favor de atacantes discutíveis como Marcão, com o objetivo de evitar avaliações equivocadas praticadas anteriormente no próprio clube.
Éderson tem faro de gol e demonstra eficiência nas finalizações tornando-se artilheiro do campeonato mesmo em uma equipe que ressurgiu das cinzas na zona do rebaixamento para as primeiras posições.
Aos poucos o futebol brasileiro vai redescobrindo a sua essência e muito influiu para isso o surgimento do genial Messi no embalo do fabuloso Barcelona, provocando a mudança de filosofia no trabalho de base. Dirigentes e treinadores voltaram a valorizar os jogadores hábeis, tentando revelar outra vez os célebres armadores de categoria que ajudaram a construir a glória do nosso futebol como Didi, Zito, Dino, Gerson, Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Rivellino, Carpeggiani, Falcão, Dicá, Ailton Lira, Adílio, Cerezzo, Sócrates, Mazzinho, Zinho, Raí, Rivaldo, Kaká, Alex, Ricardinho, Juninho e Zé Roberto.
Mas o maior objetivo é identificar os garotos com potencial como goleadores, inspirados em craques do nível de Neymar. Os profissionais da área voltaram a entender que meninos inferiores fisicamente, mas com visão de jogo e habilidade, podem fazer toda a diferença no futuro.
Tem que ter equilíbrio no desenvolvimento da tarefa, priorizando o talento e, a partir dele, lapidar o aspecto físico. Mas a diretriz estabelecida não pode ser mudada após cada má temporada ou a cada troca de técnico. O Barcelona estabeleceu o seu programa há 25 anos, quando o holandês Cruyff assumiu o comando técnico do clube catalão.
O Barcelona consagrou-se com seu trio de baixinhos feito em casa Xavi, Iniesta e Messi, nenhum acima de 1m70 e isso tem servido como grande incentivo para que se aposte nos jovens de pequena estatura.
Ao longo da história os baixinhos provaram que tamanho não é documento, tornando vasta a relação de pequenos notáveis. Garrincha, com 1,73 m, foi o mais alto da seleta lista de foras de série que balançaram as redes incansavelmente conduzindo os seus times e seleções a memoráveis conquistas.
Pelé, Zico, Maradona e Romário se destacaram como goleadores enfrentando zagueiros fortões, superando-os com refinamento técnico e arremates precisos. Especialistas na arte de jogar, eles aprimoraram os seus estilos e apresentaram amplo repertório de lances, com gols marcados com a bola rolando ou em cobranças precisas de tiros livres diretos. Foram atacantes perfeitos com seus nomes eternamente gravados na seleta galeria dos fora de série.