Sem possuir um grande time, mas, sim, um bom time, que consegue se impor em casa e ser frágil como visitante, o Coritiba terá de mudar a estratégia se quiser surpreender o São Paulo, no Morumbi.Não é um grande time pela escassez de recursos, tanto que a diretoria há anos se equilibra em cima do arame, arcando com as consequências de perdulárias gestões anteriores, encontrando muitas dificuldades para manter as contas em dia. Há quem diga que Rafinha, mesmo recuperado fisicamente, não quer jogar porque estaria com pendências financeiras.
De qualquer forma todos sabem que, apesar do drama financeiro, a diretoria detém o mérito de manter uma equipe com sólida estrutura e que tem proporcionado alegrias ao torcedor. Terá de usar o entrosamento em cima do São Paulo que, ao contrário, conta com algumas individualidades de respeito, mas continua distante de ser um time com padrão de jogo e entendimento coletivo satisfatório.
A defesa do São Paulo é frágil e o meio de campo marca mal propiciando aos adversários constantes fustigações ao seu último reduto. A sua força reside na capacidade de desequilibrar com Lucas, Jádson ou Luis Fabiano, entre outros.
Sabendo disso o Coritiba deveria que assumir uma postura diferente, acreditando mais em suas possibilidades, mesmo desfalcado de Rafinha e sem um goleador no ataque, porque cada gol marcado fora tem o peso de dois. De nada adianta, por exemplo, a repetição da apresentação de sábado quando encarou o Flamengo na etapa final, dominou a partida, criou oportunidades para empatar e nada aconteceu.
Sem Carrasco
O torcedor atleticano estava atônito com a imobilidade da diretoria diante da fragilidade técnica da equipe e das invencionices de Juan Carrasco. O planejamento para a temporada foi errado, tanto que o preparo físico do elenco é lastimável, as novas contratações não mostraram os resultados esperados e o técnico encarregou-se de lançar e queimar jogadores com impressionante velocidade, e liberdade para fazê-lo, o que foi mais grave.
As decepcionantes apresentações diante dos bravos CRB e Boa acabaram determinando a queda do técnico uruguaio, uma aposta ousada do clube que há anos vem pensando mal o seu futebol, gastando muito e de forma equivocada, acumulando insucessos.
Se houvesse efetivo profissionalismo no futebol atleticano, Carrasco teria sido dispensado após o jogo em que escalou o zagueiro Manoel como centroavante. Nada foi feito e isso custou o titulo estadual, além do fracasso na Copa do Brasil.
O Atlético dos últimos anos parece um time sem roteiro definido. Ora porque os jogadores são tecnicamente fracos, ora porque cansam no segundo tempo, mas, sobretudo, porque se trata de um time sem alma de vencedor. Até pelo contrário, o atual time esta com cara e jeito de perdedor.
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