O panorama do futebol brasileiro neste início de temporada indica, claramente, que os times que encerraram o campeonato em bom estado de conservação trataram de manter a base do elenco e largarão com vantagem sobre os adversários que necessitam de reparos ou transformações profundas.
Mesmo com o sensível aumento das verbas pagas pela televisão a partir deste ano, do crescimento do público nos estádios e da melhoria no volume de investimentos por parte de anunciantes e parceiros, a má gestão e o consequente excesso de gastos no pagamento de salários fora da realidade para alguns técnicos e diversos jogadores de ponta, mudou o perfil do mercado.
A administração deficiente, repleta de furos no fechamento das contas dos principais clubes a curiosa exceção é o Atlético, com dinheiro em caixa, porém rebaixado e com um elenco tecnicamente medíocre produziu o cenário atual, no qual o mais comum tem sido a manutenção dos jogadores que se destacaram e a valorização das categorias de base.
Só que nas categorias de base o trabalho desenvolvido é de má qualidade e raras foram as revelações que aprovaram nas equipes principais. O São Paulo, por exemplo, apostou na renovação e deu-se mal. Promessas como Casemiro, Lucas e Henrique não explodiram e nem a vaga na Libertadores foi alcançada.
Com poucos investimentos, exatamente pela falta de recursos, pois se tornou impossível rechear a equipe com melhores jogadores quando se paga salários de R$ 700 mil ao treinador, sem esquecer da comissão técnica e outros babados que incham as folhas mensais, os Estaduais começarão sob o signo da pouca motivação.
Louve-se o trabalho da diretoria do Coritiba que, mesmo com reduzido espaço financeiro para manobras mais ousadas, segue contratando reforços com equilíbrio e acerto. Parece fácil, mas não é. As coisas simples e objetivas não causam impacto e não provocam manchetes nos jornais, mas resolvem. As contratações foram pontuais e farão com que os torcedores nem percebam as perdas de Léo Gago e Leandro Donizete.
Quanto ao Atlético, é necessário dar um tempo para a nova direção apresentar o seu projeto para o futebol, mesmo que os torcedores estejam magoados com o retumbante fracasso de 2011.
A equação do Furacão é simples: os dirigentes necessitam de prazo para ajustar o time, mas os torcedores se encontram com a paciência esgotada após tantos testes mal sucedidos com técnicos e jogadores.
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