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Os cronistas do óbvio dirão que venceu o melhor. Não incorrerão em equívoco: o Barcelona tem sido nos últimos anos o melhor de todos os times e, com certeza, um dos melhores de todos os tempos.

Do Real Madrid de Di Stefano e Puskas, passando pelo Santos de Pelé, o Independiente de Bochini, o Bayern de Beckenbauer, o Ajax de Cruyff, o Flamengo de Zico e o Milan dos holandeses, chegamos a este fantástico Barça show. Não há dúvida de que o atual time bebeu na fonte inspiradora do celebrado Carrossel da Holanda já que, entre outras coisas, os principais jogadores daquela geração jogaram no Barcelona e estabeleceram os termos filosóficos desse futebol arrebatador e que se aproxima da perfeição.

Ontem, na final do Mundial de Clubes, a equipe catalã sobrou em campo exercitando todo o seu vasto repertório, começando por uma defesa aplicada e terminando num sistema de armação e de ataque ao mesmo tempo criativo, veloz e competente na técnica de jogar e de finalizar a gol. Os especialistas, por mais rigorosos que possam ser, não conseguirão encontrar um defeito nessa equipe com sublime sincronia na troca de passes e na posse de bola da engrenagem perfeita.

Desde o início até o fim os espanhóis ocuparam os espaços, marcaram, trocaram centenas de passes, submeteram o Santos a um impressionante e rigoroso domínio, criaram inúmeras oportunidades de gol, golearam e sagraram-se campeões.

Foi uma vitória incontestável do melhor e que deixou muitos travos amargos de recordação para o futebol brasileiro, sabidamente superado na gestão das categorias de base, no planejamento, na supervalorização de jogadores apenas bons e, sobretudo, na ilusão de que as poucas individualidades existentes farão a diferença na salvação da fraca seleção.

Foram necessários um time espanhol e um craque argentino para o futebol brasileiro entender que ficou para trás em termos táticos e técnicos e necessita redescobrir sua essência.

No embalo do fabuloso Bar­­celona e do genial Messi, talvez os clubes nacionais decidam mudar a filosofia do trabalho na base. Depois da avassaladora exibição do novo campeão mundial, os dirigentes devem ter percebido que garotos inferiores fisicamente, mas com visão de jogo e habilidade, podem fazer toda a diferença no futuro.

Recesso

Bom Natal a todos e um ano-novo pleno de saúde e concretização dos sonhos. Esta coluna voltará no dia 9 de janeiro.

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